China compra menos soja, mas Brasil deve exportar segundo maior volume da história

As exportações de soja do Brasil para a China acumulam queda de 16% de janeiro a setembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No mesmo período, as vendas totais brasileiras do grão, incluindo as para China, recuaram um pouco menos (12,10%).

Isso porque os embarques para outros destinos cresceram, puxados pela Europa e parte da Ásia. Mas ainda assim, o Brasil deve fechar com o segundo melhor resultado de sua história.

De janeiro a setembro, o Brasil exportou um total de 60.7 milhões de toneladas de soja, nos quais 45 milhões de toneladas foram para a China. As vendas brasileiras do grão estão piores por causa da China e a comprovação aparece justamente na participação dos asiáticos nas vendas totais de soja do Brasil.

De janeiro a setembro de 2019, as vendas para a China representam 75,70%, contra as 79,50% do mesmo período do ano passado. Só em 2016 essa participação chinesa foi menor que a deste ano – na época na casa dos 74,50%.

Considerando apenas o mês de setembro, as vendas para a China só perdem para o ano passado. Em 2019 foram exportadas 3.6 milhões de toneladas, contra as 4.1 milhões de toneladas em 2018 e as 3.4 milhões de toneladas em 2016. Em agosto deste ano os embarques ficaram na casa das 3.9 milhões de toneladas.

Segundo melhor resultado da história

“A tendência, daqui até dezembro, é que as vendas externas caiam ainda mais, devido à sazonalidade e à falta de produto no Brasil para ser exportado”, disse o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

“De fevereiro deste ano, até janeiro de 2020, o país pode exportar um total de 72 milhões de toneladas, contra as 84 milhões de toneladas do ano passado, ou seja, o segundo melhor resultado da história.”

O analista lembrou que o grão é um dos itens que estão no meio da guerra comercial entre Estados Unidos e China e afirmou que as coisas podem mudar. “Ano passado exportamos mais em outubro e novembro do que em setembro, exatamente pela guerra, algo que não é normal para o período. Mas este ano o Brasil possui pouca soja para embarcar ainda”.

Outros países

A Espanha foi o segundo maior importador de soja do Brasil em 2019, com 2.1 milhões de toneladas embarcadas, contra as 1.8 milhões de toneladas em 2018, e está à frente dos Países Baixos, liderados pela Holanda, com 1.5 milhão de 2019, contra as 1.2 milhão de toneladas em 2018. Em terceiro lugar está o Irã, que importou 1.5 milhão de toneladas, contra as 1.2 milhão de toneladas no ano passado.

 

 

Canal Rural

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