A demonstração do uso de drones para a aplicação de uma película que protege as plantas do estresse provocado pelo sol será uma das inovações apresentadas durante o 26º Congresso Brasileiro de Fruticultura (CBF), que começou no dia 30 de setembro, e vai até 4 de outubro, no Complexo Multieventos da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA).
O equipamento em ação poderá ser conferido no terceiro dia do evento (2/10). A película é uma espécie de protetor solar “que faz baixar a temperatura das folhas e aumentar o conforto térmico da planta”, explica o professor Ítalo Hebert Lucena Cavalcanti, vice-presidente da comissão organizadora do evento.
“Na fruticultura tropical, em especial na praticada nas áreas irrigadas do semiárido, o emprego de insumos que amenizam o estresse vegetal em culturas como manga e uva durante o ciclo produtivo, amplia a produtividade dos pomares e melhora a qualidade das safras colhidas”, afirma o professor.
Sinergia
“A presença dos principais especialistas do Brasil e do exterior (África do Sul, EUA, União Europeia, Austrália) durante a programação de conferências, mesas redondas, palestras, minicursos e visitas técnicas dará ao congresso uma dinâmica de ‘arena de debates’, com a exposição de um pool de tecnologias e de informações muito relevantes”, revela Cavalcanti.
Esta situação põe em evidência um movimento de sinergia entre o setor privado e as instituições de ciência e tecnologia, que associa rigor científico e resultados práticos para as cadeias produtivas.
Nesse sentido, o CBF está resgatando a qualidade de ser um “evento técnico e prático”, com atores que atuam diretamente com produção e que fazem a cadeia de frutas no país: produtores, empresas privadas, pesquisadores, professores, estudantes, empreendimentos que comercializam insumos, além do setor público.
“O evento vai expressar os estudos em execução por pesquisadores, professores e estudantes que vislumbram a aplicabilidade e incorporação de conhecimentos que façam avançar o uso das inovações tecnológicas no campo e ao longo das cadeias produtivas da fruticultura”, diz Cavalcanti.
As instituições de C&T e empresas privadas vão apresentar diversas tecnologias, básicas e aplicadas, e que podem ser incorporadas aos sistemas produtivos em curto e médio prazo.
Este modo de organização do CBF refletiu na quantidade de profissionais inscritos. “Depois de várias edições, estamos assistindo ao retorno do interesse do profissional pelo congresso, o que é muito positivo e não poderia acontecer num lugar melhor do que Petrolina e Juazeiro, uma região onde a técnica aplicada à fruticultura é inegavelmente umas das mais avançadas do mundo”, enfatiza o professor.
Vínculo
O presidente do 26º CBF, Paulo Roberto Coelho Lopes, destaca os vínculos constituídos nos estudos científicos com o setor produtivo e a sociedade. Para ele, organizações como a Sociedade Brasileira de Fruticultura, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Embrapa dão passos importantes para modernizar as técnicas de produção que levem ao uso racional dos insumos e de água para irrigação, ao desenvolvimento de novas variedades e ao manejo fitossanitário e pós-colheita.
A fruticultura, praticada em 2,4 milhões de hectares do território brasileiro, emprega diretamente seis milhões de pessoas ou 27% do total gerado pela produção agrícola nacional.
Segundo Lopes, esses números refletem a parceria entre os setores público e privado e “estão no caminho de ampliar a sustentabilidade técnica, social e econômica da fruticultura nacional, com impactos na geração de empregos e na elevação da competitividade da agricultura brasileira”.
Acesse aqui a programação completa do Congresso. Outras informações estão disponíveis em www.fruticultura2019.com.br.
Embrapa