O Instituto Brasileiro de Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (Ibrafe) afirmou, em nota, que o Brasil não tem nenhuma necessidade de importar feijão de quem quer que seja. A informação foi divulgada após a notícia de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) teria barganhado a exportação de arroz para o México utilizando como moeda de troca a importação de feijões.
O Ibrafe, o Conselho Brasileiro de Feijões e Pulses (CBFP) e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão do Ministério da Agricultura tomaram conhecimento desta decisão pela imprensa e não foram consultados.
“O Brasil não necessita de importação de quaisquer feijões durante esse ano de 2019, uma vez que temos um superávit de produção”, informou o Ibrafe, em nota.
“Na hipótese remota de haver alguma necessidade de importação, o parceiro preferencial do Brasil é a Argentina, por uma questão de custos logísticos e também por ambos os países fazerem parte do Mercosul, não estando sujeitos ao imposto de importação como é o caso do México”, acrescentou o instituto.
“Ademais, o México teria para ofertar ao Brasil apenas o feijão preto. Por fim, o México é importador de feijões dos Estados Unidos da América por estar atrelado à Alca”.
Segundo o Ibrafe, as negociações com o México podem ter sido iniciadas no governo anterior e, portanto, não estão alinhadas à forma desta gestão do Mapa de conduzir tais assuntos.
“Somos solidários ao desafio e às necessidades do setor arrozeiro. No entanto, esperamos que seja imediatamente negociada uma cláusula de reciprocidade para que, se abrimos a eles as importações de feijões, o México permita também a importação de feijões brasileiros”, concluiu o texto do instituto.
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