O medo do clima ruim que prejudicou as plantações de trigo nas últimas duas safras não pode significar, para o produtor, a certeza de que ele não terá bons preços e, por consequência, bons lucros. Segundo Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, é preciso apenas usar as ferramentas e estratégias corretas para vender bem.
“O que você poderia ter feito para salvar a sua lucratividade nas safras de 2016/17 e 2017/18 e não fez, mas poderá fazer na safra 2019/20?”, indagou Pacheco.
“Você poderia fazer a operação de compra de um call no Matba (mercado a termo de Buenos Aires) a US$ 183,00, esperar que atinja US$ 200,00 e vendê-lo, com lucro de US$ 16,00 por toneladas (seria US$ 17,00, mas US$ 1,00 foi o custo da operação). Isto significa um ganho por saca de aproximadamente R$ 3,48”, indicou o analista em seu boletim informativo diário.
Para ilustrar, Pacheco explicou que é preciso vender o trigo forrageiro para exportação, “que pagaria hoje R$ 700,00 sobre rodas ou R$ 600,00 no interior ou R$ 36,00/saca e depois somar a esta receita com a exportação, o ganho obtido no Matba de R$ 3,48/saca, perfazendo um total de R$ 39,48/saca”.
“Isso é praticamente o preço que o mercado físico pagará por trigo tipo 1, salvando todos os seus custos e ainda obtendo alguma lucratividade”, disse o analista.
“Não precisa ter medo do clima. Precisa apenas conhecer as ferramentas de comercialização que podem ajudar o produtor a manter a sua lucratividade, em qualquer situação”.
“Claro, se o clima não atrapalhar e você colher uma safra boa e cheia (como está prometendo) e os moinhos pagarem algo ao redor de R$ 41,00/saca para o seu vizinho, você receberá R$ 44,38/saca (mas não conte pra ninguém)”, concluiu Pacheco.
Agrolink