Senado aprova medidas que alteram renegociações de dívidas rurais

Houve extensão de prazo para o pagamento de dívidas e mudanças nos percentuais de abatimento.

O Senado aprovou esta semana o projeto de lei de conversão à medida provisória, que trata da renegociação de dívidas rurais (MP 842/2018). A proposta agora segue para a sanção presidencial.

O texto original da Medida Provisória previa descontos para a quitação de dívidas contraídas até 27 de dezembro de 2018 no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O abatimento poderia ser de 35% ou 70%, de acordo com a data de assinatura do contrato.

O texto aprovado em setembro pelos deputados — e agora pelos senadores — diminui os percentuais de descontos. Em operações contratadas até 31 de dezembro de 2006, eles ficam em 60%. Para aquelas firmadas entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2011, o desconto fica em 30%. A data limite para a quitação das dívidas é 30 de dezembro de 2019.

Em contrapartida, o relator da matéria, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ampliou o universo de produtores rurais inscritos na dívida ativa da União que podem ser beneficiados com descontos. O texto original contemplava apenas os débitos enviados para inscrição até 31 de julho de 2018. Bezerra incluiu na MP 842/2018 mutuários com dívidas encaminhadas até 31 de outubro. Neste caso, os descontos variam de 95% (para valores até R$ 15 mil) a 60% (para valores acima de R$ 1 milhão).

Novos prazos

O Senado aprovou, ainda, novo prazo para a liquidação ou a repactuação de dívidas com os bancos do Nordeste (BNB) e da Amazônia (Basa) em operações com recursos dos fundos constitucionais do Nordeste (FNE) e do Norte (FNO). Ao invés de 27 de dezembro de 2018, a data limite agora é 30 de dezembro de 2019. O mesmo prazo vale para a renegociação de dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em operações de crédito rural e de bens de capital, como tratores e colheitadeiras.

No âmbito do Pronaf, a MP 842/2018 concede desconto de até R$ 12 mil por operação às cooperativas de crédito rural. O benefício vale para os casos em que a entidade pagou a dívida com o banco, mas não recebeu o valor dos mutuários. O benefício vale apenas para operações contratadas até 30 de junho de 2008.

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) encara como uma vitória para o produtor rural a aprovação da MP pelo Senado. Para o advogado da instituição, Marcelo Guaritá, o adiamento era inevitável, já que a medida, que concedeu prazo até o fim de outubro, não foi convertida em Lei. “O produtor estava no limbo jurídico, o prazo acabou antes da prorrogação que havia sido anteriormente concedida”, explica.

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