As cotações do milho na BM&F continuaram a cair ontem (17/10) em uma tendência de baixa que já se prolonga por mais de 20 dias, com as costumeiras realizações de lucro durante o percurso. A informação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica. Ele disse ainda que existe possibilidade de mais quedas.
“Mais uma vez, todas as cotações fecharam em quedas razoáveis: novembro de 2018 fechou com baixa de 0,58% (o dobro da queda do dia anterior); janeiro de 2019 com baixa de 0,64% (também o dobro); março de 2019, – 0,45%, julho 2019, – 0,44% e setembro 2019, – 0,10%”, informou Pacheco.
Segundo o analista da T&F, as cotações já ultrapassaram o nível de suporte do custo de produção há algum tempo. Atualmente, esse custo está estimado em R$ 40,00 por cada saca produzida, o que significa, segundo Pacheco, que os agricultores estão tendo prejuízo antecipado.
“Podem não ter em relação aos custos de 2017, mas não conseguirão repor os custos para a próxima safra. Então, pode ser que o fundo do poço esteja perto e ocorra até uma pequena reversão de tendência para cima, não apenas por uma questão de tomada de lucros, mas de “excesso de queda”, muito além do custo de produção. Mas ainda não foi desta vez”, disse o analista.
Além disso, a redução considerável no uso do milho para etanol acabou pressionando os preços do cereal na bolsa de Chicago. “Os contratos futuros de milho fecharam em queda de 0,75 a 1 centavo nesta quarta-feira. O tempo mais seco na parte ocidental do Cinturão do Milho está permitindo que a atividade de colheita se recupere”, afirmou Pacheco.
“O relatório semanal da EIA indicou redução no consumo de milho, com produção de etanol para a semana de 10/12, em média, de 1.011 milhão de barris por dia (bpd). Isso foi 29.000 bpd abaixo da semana anterior e a produção mais baixa desde meados de abril”.
Fonte: Agrolink