Forte aumento nos desembolsos de crédito rural

Puxado pelas taxas de juros do Plano Safra, que estão em média 1,5% mais baixas, o volume de crédito rural contratado junto aos bancos pelos produtores aumentou 30,5%, para R$ 59 bilhões, nos três primeiros meses da atual temporada, a 2018/19 (entre julho e setembro), em relação ao mesmo período da safra passada, a 2017/18.

O forte ritmo de tomada dos financiamentos está relacionado à decisão dos produtores de aguardarem a chegada da nova safra à espera de uma redução das taxas de juros, como já se observou nos dois meses anteriores da atual temporada.

Com a expectativa de juro menor, os produtores deixaram de buscar financiamento no fim da última safra e “empurraram” a demanda para os meses seguintes. “Isso acontece até hoje, ainda que em menor intensidade, já que o produtor espera a melhor oportunidade para acessar o crédito junto ao seu banco”, disse o consultor Ademiro Vian.

Todas as modalidades e linhas de crédito agrícola registraram alta no período. As operações de custeio agropecuário, tradicionalmente as de maior demanda e que estão com taxas de 7% ao ano, somaram R$ 35 bilhões, resultado 19,4% superior ao registrado no mesmo intervalo do ciclo passado. Os empréstimos para investimento totalizaram R$ 11.6 bilhões – 38% de alta na mesma comparação.

Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, o período de maior procura pelos recursos para investimento, que são utilizados para a compra de máquinas, implementos, armazenagem e infraestrutura das propriedades em geral, sempre acontece entre o fim de um ano-safra e o início do seguinte.

Vaz destaca, contudo, que o fato de as taxas de juros para as linhas de investimento também terem sido reduzidas no Plano Safra 2018/19 impulsionou a demanda. As taxas para as operações de investimento tiveram queda de até 1,5% no atual ciclo.

As operações de financiamento do Moderfrota, por exemplo, com juros de 7,5% ao ano, tiveram um salto de 50%, para R$ 3 bilhões entre julho e setembro. Os contratos de crédito para armazenagem (PCA) cresceram mais que o dobro, para R$ 254.1 milhões.

O Banco do Brasil, líder no mercado de crédito rural, com 60% de participação, ampliou os empréstimos em 27,3% no período, para R$ 25.6 bilhões. O Bradesco registrou contratações de R$ 3.8 bilhões, com alta de 8,5%. As contratações do Santander cresceram 7%, para R$ 3 bilhões.

 

 

Fonte: Valor Econômico

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp