Tratada como “apenas um reajuste” pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), a nova tabela de preços mínimos de fretes rodoviários divulgada hoje pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aumentou um pouco mais a contrariedade do setor de agronegócios com a interferência do governo nessa frente.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a correção de 3% a 5% prevista na nova tabela, feita para acomodar a alta do diesel, vai encarecer o transporte de cargas a granel (como soja e milho) e frigorificadas (como carnes) entre 3,15% a 6,82%.
“Vamos acrescentar mais essas informações à nossa ação no STF (Supremo Tribunal Federal). A nova tabela vai agravar a situação da agropecuária brasileira, porque está dificultando as negociações no mercado futuro e da sociedade, que sofre com a inflação”, disse ao Valor o superintendente-técnico da CNA, Bruno Lucchi.
A CNA é uma das entidades que entraram com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF contra o tabelamento de fretes rodoviários no país, instituído por lei como parte do acordo entre o governo e representantes de caminhoneiros para encerrar a greve de maio.
Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), a nova tabela reajustada “só reforça a inconstitucionalidade da Lei 13.703/2018, ferindo a livre iniciativa e a livre concorrência”.
Fonte: Valor Econômico