Especialista dá sete orientações para obter uma boa formação do pasto  

Uma das dicas para ter uma boa pastagem para o rebanho é escolher a forrageira certa, conforme a região e o sistema adotado na propriedade rural. Foto: Divulgação

A pastagem é um dos principais fatores que interferem na produção animal. Dessa forma, ter um bom sistema de pastejo é essencial para fornecer aos animais alimento diário de qualidade e em quantidade que atenda suas exigências nutricionais.

Para auxiliar os produtores a obter uma formação do pasto rentável e produtiva, o coordenador de Desenvolvimento Tecnológico da Barenbrug, Paulo Ramalho, dá sete orientações:

1) Analisar o ambiente: Defina as características da área e ser plantada e identifique os fatores limitantes como regime pluviométrico, estrutura do solo, ocorrência de pragas e doenças, e qualidade da mão-de-obra disponíveis.

Essas características são decisivas e podem levar ao insucesso caso não seja escolhida uma forrageira que se adeque a essas limitações.

2) Examinar o solo: Faça uma amostragem criteriosa do solo da área a ser reformada. As glebas devem ser homogêneas (recomenda-se um tamanho máximo de 20 hectares), de onde devem ser amostrados de 15 a 20 pontos.

Devem-se evitar áreas próximas a malhadouros, cochos, bebedouros, formigueiros e demais pontos que não representem a situação média de fertilidade da área.

3) A forrageira ideal

Escolha a forrageira mais adaptada ao sistema e à região. De uma maneira geral, as plantas mais produtivas também são as mais exigentes em fertilidade e cuidados de manejo. O grupo das mais exigentes inclui a maioria dos Panicuns, Capins-elefante, Tiftons e os Híbridos, com maior potencial de produtividade.

O grupo intermediário inclui as braquiárias de uma forma geral e alguns Panicuns, como o Massai. Já o grupo menos exigente é formado pela braquiária Decumbens, as Humidícolas e Andropogon.

4) Preparar o solo

Prepare o solo para receber a semente. As etapas e implementos utilizados são muito variáveis em função das condições do terreno e também deve-se levar em conta a disponibilidade de maquinário.

Geralmente, recomenda-se que no momento da semeadura o solo esteja corrigido, em relação a acidez (pH) e saturação por alumínio (m%), preparado mecanicamente e livre de restos vegetais.

5) Semeadura

A forma como a semente vai chegar ao solo pode ser variável (semeadura aérea, em linha, a lanço ou manualmente), mas é muito importante que o produtor incorpore ou compacte as sementes ao solo após o plantio.

Resultados experimentais mostram que a diferença de emergência entre sementes jogadas na superfície e incorporadas a um centímetro (1,0 cm) de profundidade pode ser até três vezes superior para o segundo caso, passando de 23% para 70% de emergência.

6) Monitoramento constante

Após o plantio, monitore frequentemente o pasto em relação ao ataque de pragas e infestação de daninhas, principalmente. Caso siga a dica anterior, de cobertura/compactação das sementes, em virtude da maior emergência de plântulas e cobertura de solo, esses problemas são significativamente minimizados, além de poder adiantar o primeiro pastejo em algumas semanas.

O monitoramento, contudo, deve ser constante para evitar surpresas desagradáveis. Para confirmar que o pasto foi bem implantado, deve constatar pelo menos de 10 a 20 plântulas por metro quadrado no caso das braquiárias e de 30 a 40 plântulas por metro quadrado no caso dos panicuns.

7) Primeiro pastejo

O momento do primeiro pastejo é um ponto fundamental no estabelecimento da forrageira. Nesta fase, como existe geralmente uma quantidade maior de plântulas do que realmente vai ficar estabelecido na área, e as mesmas se encontram adensadas, competindo por recursos, a altura de entrada dos animais é ligeiramente superior ao recomendado no pasto estabelecido.

Uma avaliação interessante para constatar se já é o momento ideal para realizar o primeiro pastejo é, em uma caminhada pela área, simular o pastejo dos animais com as próprias mãos, ou seja, puxar as pontas das folhas e observar se acontece o arranquio de plantas inteiras, com raízes. Em caso positivo, é interessante que se espere mais um pouco.

O momento ideal é quando as plantas já apresentam uma boa fixação no solo, quando se faz o teste anteriormente citado. Esse pastejo deve ser intenso (muitos animais) e por pouco período de tempo. O objetivo é fazer um desponte inicial, permitindo que entre luz na base da touceira e isso vai estimular o perfilhamento e melhor estruturação da planta.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Barenbrug com edição d’A Lavoura

 

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