Entidades representativas do agronegócio apresentaram em 29 de agosto em Brasília aos candidatos à Presidência da República o documento “O Futuro é Agro – 2018 a 2030”.
O texto de 140 páginas propõe ao próximo governante do País uma agenda moderna, sustentável, de livre mercado (sem tabelamento de preços) e que, se concretizada, levará o Brasil a ampliar em 33% a produção agrícola até 2030.
O documento foi entregue durante encontro com presidenciáveis, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
Elaborado pela CNA e pelo Conselho do Agro (integrado por 15 entidades do setor), em parceria com representantes do meio acadêmico e das indústrias do agro (Fiesp e Unica), o texto aponta gargalos e soluções possíveis para questões vitais da agropecuária.
Um dos setores em destaque no documento é o da logística. Neste caso, foram elencadas 34 obras em rodovias, ferrovias, rios e portos, consideradas essenciais para a otimização do escoamento dos produtos agrícolas nos próximos dez anos.
TÓPICOS RELEVANTES
Os representantes do agro apresentaram dez tópicos de relevância para a agenda do setor nos próximos anos.
A criação de uma política de combate à criminalidade no campo, que tem aumentado de forma exponencial no interior do país; a universalização da telefonia celular, essencial para a difusão de novas tecnologias entre os produtores e para o aumento da produtividade, e a reforma tributária, com o objetivo de baratear o custo da produção e tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, são algumas das propostas direcionadas ao futuro governante do País.
Dentre outras prioridades, os representantes do setor solicitam melhorias no arcabouço jurídico e a criação de um ambiente regulatório mais transparente (reforma trabalhista rural, regularização fundiária, etc.) como forma de garantir mais segurança jurídica no campo; a priorização do seguro rural e o apoio a políticas públicas voltadas para o crescimento sustentável.
Ainda figuram entre as prioridades elencadas pelo setor: o compromisso de que sejam firmados acordos internacionais que promovam a competitividade da agropecuária brasileira; a adoção de políticas que fortaleçam o Sistema de Defesa Agropecuária; a ampliação dos recursos destinados à assistência técnica; e o desenvolvimento de políticas públicas focadas na ampliação da produção de biocombustíveis.
RADIOGRAFIA
O plano de trabalho entregue aos presidenciáveis faz uma completa radiografia da agropecuária brasileira, com projeção da produção para os próximos anos.
Segundo os dados, a safra brasileira de grãos 2029/2030 será de 308,5 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 33% em relação à safra 2016/2017. O Centro-Oeste, com aumento percentual de produção de 45%, e o Sul, com incremento de produção de 35%, serão os principais responsáveis por essa performance.
Além disso, o documento prevê que o aumento da produtividade, baseado especialmente em práticas mais modernas, ligadas ao uso da tecnologia da informação e no treinamento de pessoal, será o principal fator de ganho da produção.
O texto cita também dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo os quais o Brasil terá aumentado em 45,5% as suas exportações de carne em 2027.
Ainda segundo os dados da USDA, o Brasil irá figurar, naquele ano, como o maior exportador mundial de produtos de origem animal, com participação de 42,5% no mercado mundial, seguido pelos Estados Unidos, com 27% e da União Europeia, com 9,3%.
Leia aqui o resumo executivo do plano “O Futuro é Agro”, ou acesse aqui a versão completa do documento.
PRESENÇAS
Participaram dos debates e sabatinas na CNA os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, do MDB, Henrique Meirelles, do Podemos, Álvaro Dias, e da Rede, Marina Silva.
Equipe SNA/Rio com informações da CNA