Cana-de-açúcar: Conab mais otimista que produtores

De acordo com a Conab, a produção total de cana está estimada em 635,51 milhões de toneladas, o que representa aumento de 0,4% em relação à safra anterior.

Os números do 2º Levantamento da Safra de cana-de-açúcar 2018/2019, divulgados nesta terça-feira pela Conab, apontam certo descompasso entre as previsões do setor produtivo e as estimativas do órgão. Menos otimistas, os canavieiros trabalham com expectativas de volumes menores.

De acordo com a Conab, a produção total de cana está atualmente estimada em 635,51 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 0,4% em relação à safra anterior. Deste total, 587,4 milhões de toneladas virão de áreas do Centro Sul (recuo de 0,2%) e os 48,04 milhões de toneladas restantes (alta de 7,7%), do Norte e do Nordeste do País.

A maior parte das consultorias especializadas no levantamento de safra de cana-de-açúcar, no entanto, reduziu suas estimativas de volume em suas últimas avaliações. O motivo é a seca que o maior produtor nacional, o Centro–Sul do País, vem atravessando.  A Datagro, por exemplo, reviu para 557 milhões de toneladas a moagem prevista para s afra 19/19.

“Dois pontos muito importantes precisam ser observados quando falamos do levantamento da Conab: o primeiro deles é que o órgão inclui em suas estimativas as regiões Norte e Nordeste, o que a maior parte das consultorias não faz. Em segundo lugar, as consultorias têm estruturas mais enxutas e conseguem ser mais ágeis na percepção e apuração de dados. A velocidade é maior. Apesar das diferenças, os números não estão tão discrepantes assim”, avalia o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco. Ele alerta que já há sinais de que a próxima safra será inferior a deste ano.

Ainda segundo a Conab, a produtividade média estimada para a temporada 2018/19 é de 73.373 kg/ha, valor 1,1% maior do que os 72.543 kg/ha obtidos na safra 2017/18. De acordo com o órgão, o envelhecimento das lavouras, a baixa taxa de renovação, a falta de investimento em algumas regiões e a redução do pacote tecnológico têm mantido as médias brasileiras inferiores a 80.000 kg/ha.

Para o órgão, a introdução da colheita mecanizada também exerceu influência na redução da produtividade nas últimas safras, principalmente porque as lavouras não estavam sistematizadas para esse tipo de colheita, gerando pisoteio e outros danos.

Etanol

Motivada pelo melhor fluxo de comercialização frente ao açúcar nesta safra, a Conab diz que a produção total de etanol deverá alcançar 30,41 bilhões de litros, ou seja, um aumento de 11,6%. Desse total, a produção de etanol anidro terá aumento de 2,2%, devendo chegar a 11,24 bilhões de litros, motivado pelo maior consumo de gasolina que vem se mantendo nos últimos anos. Com relação ao etanol hidratado, que é o próprio álcool combustível, a produção também deverá ter um aumento de aproximadamente 18% (2,9 milhões de l), chegando 19,17 bilhões de litros.

Açúcar

Para a Conab, os números do açúcar seguem o movimento de retração. Segundo o levantamento, a produção deve chegar a 34,25 milhões de toneladas, ou seja, uma queda de 9,6% se comparada com a safra de 2017/18, que foi de 37,87 milhões de toneladas.

Equipe SNA/Rio

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