Anec: frete pode derrubar exportações brasileiras de milho

Os embarques brasileiros de milho deverão sofrer forte retração neste ano, caso a tabela que estabeleceu valores mínimos para os fretes rodoviários no país não seja alterada, reiterou hoje a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Segundo a entidade, os problemas para o escoamento derivados do aumento de custos embutido na tabela de fretes poderá fazer os embarques recuarem para cerca de 20 milhões de toneladas – sete milhões a menos que o previsto atualmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e dez milhões abaixo do volume estimado pela estatal federal em dezembro.

Em 2017 foram mais de 30 milhões, mas o volume deste ano já seria mesmo menor por causa da diminuição da colheita como um todo. “A imprevisibilidade gerada pelo tabelamento pode aniquilar a exportação de milho, fazendo com que o mercado perca competitividade”, disse Sérgio Mendes, diretor-executivo da Anec, em comunicado.

Recentemente, em evento realizado em São Paulo, Luis Barbieri, diretor-executivo de oleaginosas da Louis Dreyfus Company no Brasil e diretor da Anec, adiantou que a entidade já trabalhava com essa estimativa de embarques de 20 milhões de toneladas do cereal, conforme informou o Valor.

Mendes considera que, se a tabela prevalecer da maneira que está, a própria produção futura de milho no Brasil estará em xeque.

“Com a possível retração da produção do milho, por conta do impacto dos custos logísticos provocado pela tabela, o produto deverá encarecer, tanto para o comprador na granja quanto para o consumidor final”, disse o diretor-executivo em comunicado da Anec.

Ainda que o presidente Michel Temer tenha sancionado a Medida Provisória que estabelece os novos valores mínimos para os fretes rodoviário, a onda de reclamações na Justiça que se seguiram fizeram o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), travar as ações e convocar uma audiência pública para debater a questão no próximo dia 27 deste mês. Só então Fux decidirá o futuro da tabela.

 

Fonte: Valor Econômico

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp