O engenheiro agrônomo e diretor executivo da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos (AENDA), Tulio Teixeira de Oliveira, afirmou que o desaparecimento em massa das abelhas não está ocorrendo no Brasil como acontece na Europa. Segundo ele, estão sendo investigados os possíveis danos que alguns agrotóxicos podem causar aos insetos do País.
“No Brasil foi iniciado em 2012 também um processo, aqui chamado de Reavaliação, para comprovar o dano às abelhas causado pelos três produtos (Imidacloprido, Tiametoxam e Clotianidina) e incluso um quarto, o Fipronil, que não é neonicotinóide”, disse.
Além disso, Oliveira acredita que existe um modismo de precaução sustentável no Brasil propagado pela mídia e pelo Ministério Público Federal (MPF). Para o agrônomo, os órgãos reguladores, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são competentes em suas análises e tem total capacidade para decidir se um defensivo é prejudicial ou não.
“A mídia é compreensível, pois se alimenta de polêmicas e escândalos; mas o MPF é no mínimo estranho, uma vez tratar-se de Instituição Governamental cujo objetivo maior é defender a ordem executiva e legislativa. É inaceitável que incentive, e até dê suporte a Fóruns Contra Agrotóxicos em todo o país”, disse.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de mel no Brasil saltou de 18.000 toneladas em 1995 para mais de 33.000 toneladas em 2005 e, chegou a ultrapassar as 38.000 toneladas em 2016. Oliveira lembra também que as maiores produções apícolas estão localizadas nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.
“De tal forma, que em perspectiva real as abelhas daqui vão muito bem, obrigado. A produção é bem difundida em todo o país, indicando que as diferenças climáticas não afetam essa atividade, salvo em condições de extrema seca ou grandes inundações”, disse.
O diretor da AENDA aborda também o fator polinização e reitera que ela deve ser tratada com muito cuidado. Para ele, a polinização das lavouras deveria ser trabalhada como um insumo agrícola, demandando cuidados na hora da aplicação de defensivos e manejo de lavouras.
“Neste sentido a polinização deve ser reconhecida como um insumo agrícola, e como tal, demandar serviços e manejos adequados. É dever da agricultura moderna, tecnológica e responsável apoiar os polinicultores na tarefa de evitar nas colmeias a proliferação de doenças e a introdução de espécies invasoras”, disse.
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