Projeto de pesquisador da Embrapa Agroenergia vence o prêmio da ABBI em Bioeconomia

Vencedor do Prêmio Brasil Bioeconomia 2018 na categoria Ideia, “Produção de ácido xilônico a partir de hidrolisados de biomassa lignocelulósica” foi liderado pelo chefe de pesquisa da Embrapa Agronergia, João Ricardo Almeida (ao centro). Foto: Divulgação

Um  projeto de Biotecnologia Industrial da Embrapa Agroenergia foi o grande vencedor do Prêmio Brasil Bioeconomia 2018, na categoria Ideia, promovido pela Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI).

O anuncio foi feito no dia 26 de julho, em São Paulo, durante o Fórum com a mesma temática. Foram mais de 30 inscritos de seis Estados brasileiros e as soluções propostas para uma multiplicidade de setores.

“Da indústria química e de biocombustíveis à mineração, passando pelo segmento de cosméticos e alimentos, vimos um nível excepcional de tecnologias e empresas com enorme potencial para acelerar a consolidação da bioeconomia avançada brasileira”, afirma o presidente da ABBI, Bernardo Silva.

BIOMASSA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL

O projeto “Produção de ácido xilônico a partir de hidrolisados de biomassa lignocelulósica”, liderado pelo chefe de pesquisa da Embrapa Agronergia, João Ricardo Almeida, com início em 2015, busca a utilização da biomassa para produção de etanol lignocelulósico e outros compostos químicos de interesse biotecnológico tem sido amplamente avaliada.

De fato, salienta o pesquisador, várias linhagens microbianas capazes de produzir etanol e outros químicos de interesse a partir dos açúcares presentes na biomassa têm sido obtidas por Engenharia Metabólica.

“Neste projeto visamos obter, por engenharia metabólica, leveduras Saccharomyces cerevisiae e Pichia pastoris capazes de produzir ácido xilônico a partir de fontes renováveis, mais especificamente da fração hemicelulósica da biomassa”, destaca Almeida.

APLICAÇÕES VERSÁTEIS

De acordo com o especialista, o ácido xilônico tem aplicações bastante versáteis, pode ser utilizado na indústria de alimentos, química e farmacêutica e, também, como bloco construtor para moléculas químicas.

Em relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o ácido xilônico aparece entre os 30 melhores produtos químicos de valor agregado a ser produzidos a partir de biomassa.

Leveduras robustas capazes de produzir ácido xilônico em hidrolisados de biomassa serão obtidas neste projeto, utilizando-se diferentes estratégias de engenharia metabólica, destacando-se a identificação de novas enzimas e genes alvos para o melhoramento genético combinada com subsequentes ciclos de engenharia metabólica e caracterizações fisiológicas das linhagens geradas.

REDE DE PESQUISADORES

Para alcançar os objetivos do projeto, uma rede de pesquisadores com reconhecida experiência na área foi reunida. Esta proposta é inovadora por associar estratégias únicas de engenharia metabólica de leveduras a condições de processo para produção de composto químico de interesse biotecnológico ainda pouco explorado.

O projeto traz impactos significativos para a sociedade, não somente por resultar em microrganismos produtores de ácido xilônico a partir de fonte renovável, mas também, por agregar valor à cadeia dos biocombustíveis e da indústria química, além de formar recursos humanos em área estratégica para o País.

O desenvolvimento de biorrefinarias, que é baseado na integração de processos de conversão de biomassa para a produção de combustíveis, energia e produtos químicos, tem sido apontado como forma de viabilizar economicamente a cadeia produtiva de biocombustíveis, valorar resíduos e coprodutos e reduzir a eliminação de resíduos industriais.

Mais informações sobre o projeto, confira no site da Embrapa Agroenergia em www.embrapa.br/agroenergia

Fonte: Embrapa Agroenergia com edição d’A Lavoura

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