Soja: Devolve os ganhos registrados após acordo com a UE e fecha estável em Chicago. No Brasil preços sobem.

Os contratos futuros da soja fecharam praticamente estáveis na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos registrando ganhos de 0,25 a 0,50 centavos, depois de subirem mais de 2% no início do dia. O agosto/18 fechou cotado a US$ 8,61 ¼ (máxima a US$ 8,81) e o novembro/18 a US$ 8,76 o bushel (máxima a US$ 8,96).

A euforia registrada mais cedo veio após o anúncio de um acordo entre Estados Unidos e União Europeia que pode estimular e intensificar a demanda da Europa pela soja e derivados norte-americanos, como uma forma de compensar a perda do mercado da China após a taxação de 25% em meio a guerra comercial.

No entanto, como já havia sido sinalizado pelo diretor da Cerealpar, Steve Cachia, o efeito dessas informações poderia, como foi, ser momentâneo, afetando, a princípio, somente o sentimento psicológico do mercado.

“Era uma sucessão de notícias negativas que, quando veio a informação do acordo, o mercado de agarrou a isso para subir”, disse. “Há um suporte do acordo comercial EUA e União Europeia, que deve levar a um maior volume de exportações americanas de soja para esta região. Estes acontecimentos podem, pelo menos momentaneamente, provocar a entrada dos fundos de investimento no mercado e oferecer suporte apesar da pressão das condições excelentes da safra americana de soja 2018”, disse Cachia, direto de Malta, na Europa, onde é  também consultor do Kordin Grain Terminal.

Preços no Brasil

No Brasil, mesmo com os prêmios estáveis assim como o mercado de Chicago, as cotações pegaram carona na retomada do dólar e subiram de forma bastante significativa, principalmente nos portos.

Quem liderou as altas, foi o terminal de Paranaguá, onde a saca da soja no mercado disponível subiu 4,02%, sendo cotada a R$ 90,50, enquanto no mercado futuro, a saca para em fevereiro/19, subiu 1,23% , sendo cotada a R$ 82,00. Em Rio Grande, estabilidade no mercado disponível, com a saca cotada a R$ 87,00.

No interior, apesar de pontuais, a saca da soja chegou a subir até 1,47%, como foi o caso do Oeste Bahia, onde foi cotada a R$ 69,00.

O dólar comercial fechou em alta de 1,20%, cotado a R$ 3,7468.

Milho: mercado volta a fechar em alta na Bolsa de Chicago com suporte das vendas semanais dos EUA

Os contratos futuros do milho fecharam em alta na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos registrando ganhos de 2 a 2,50 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 3,61 ½ e o dezembro/18 a US$ 3,75 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo fecharam em baixa na Bolsa de Chicago, em um movimento de correção depois da forte alta registrada ontem. Os principais vencimentos registraram quedas de 4,75 a 6,25 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 5,36 ½ e o dezembro/18 a US$ 5,56 ½ o bushel.

“Os bons dados de exportação do USDA abriram caminho para pequenos ganhos, alcançando novas altas de seis semanas”, destacou o site internacional Farm Futures.

Além disso, as atenções do mercado permanecem voltadas para o clima no Meio-Oeste. “O tempo nos EUA também está fornecendo alguma ajuda, já que a parte norte do Cinturão do Milho parece relativamente seca na próxima semana”, informou o site Farm Futures.

Entre os dias 31 de julho a 4 de agosto, os mapas do NOAA, indicam chuvas abaixo da normalidade em algumas regiões do Meio-Oeste. No mesmo período, as temperaturas ficarão abaixo da média.

Ainda nesta quarta-feira, Jason Roose, da US Commodities, disse que “à medida que o mundo muda seu foco das possíveis grandes safras de grãos dos EUA para a redução nas safras europeias e ucranianas lideradas pelo trigo, o que poderia levar a exportações mais fortes, os mercados estão subindo mais”.

Milho Argentina

Segundo o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita de milho chegou a 79,1% na Argentina, com um rendimento médio de 6.250.kg (104 sacas) por hectare.

Na semana passada, a BCBA diminuiu a sua estimativa para a safra do cereal no país, para 31 milhões de toneladas, contra 39 milhões de toneladas da safra passada.

As perdas de área, por sua vez, já representam 214.000 hectares.

Mercado interno

Segundo o levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Campo Grande (MS), a alta foi de 7,69%, com a saca cotada a R$ 28,00. Já na região de Campinas (SP), a alta foi de 5,46%, com a saca cotada a R$ 38,60.

Em Sorriso (MT), a alta foi de 5,56%, com a saca cotada a R$ 19,00. Na localidade de Brasília, a alta foi de 3,70%, com a saca cotada a R$ 28,00. Em Londrina (PR), a alta foi de 3,33%, com a saca cotada a R$ 31,00.

Segundo dados da XP Investimentos, “as baixas produtividades, confirmando a quebra, e o atraso na colheita restringem a disponibilidade do produto e motiva as valorizações”. Essa semana, o Deral (Departamento de Economia Rural) reduziu a estimativa da safrinha de milho no estado para 9.2 milhões de toneladas nesta temporada.

A falta de chuvas na fase de pendoamento do milho também afetou a produtividade das lavouras de milho nesta temporada em Minas Gerais. As áreas mais penalizadas são as cultivadas em março, nas quais, a produtividade deve ficar abaixo de 80 sacas do grão por hectare. Já as semeadas em fevereiro, que estão sendo colhidas agora, registram rendimentos entre 100 a 120 sacas de milho por hectare.

“De modo geral, vamos colher menos milho nesta temporada no Estado. O tempo foi muito severo, no momento em que as lavouras mais precisavam de água não tivemos nenhuma gota. Inclusive, alguns produtores terão que acionar o seguro agrícola”, disse o presidente da Comissão de Grãos da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Rodrigo Otávio de Araújo Herval.

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