Marca “Agro Brazil – Good For Nature” vai identificar os produtos para exportação

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no GAF 2018 . ‘A marca Agro Brazil – Good For Nature marca vai mostrar a origem e a rastreabilidade, incluindo os sistemas de produção, padrões de qualidade e de sustentabilidade.’ Foto: divulgação

O ponto alto do Global Agribusiness Fórum (GAF-2018), evento internacional realizado nos dias 23 e 24 de julho, em São Paulo (SP), foi o lançamento do selo “Brazil Agro – Good for Nature”. A marca foi apresentada na segunda-feira, pelo ministro Blairo Maggi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e será utilizada para identificar os produtos da pauta de exportação brasileira.

As empresas que participarem terão à sua disposição um QR Code (Quick Response), com versões em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e mandarim), para ser impresso nos produtos. O código pode ser escaneado por meio de telefone celular com câmara. Ao abrir o arquivo de fotos e vídeos, aparece todo sistema produtivo do produto. “A marca Agro Brazil – Good For Nature vai mostrar a origem e a rastreabilidade, incluindo os sistemas de produção, padrões de qualidade e de sustentabilidade, em conformidade com as normas internacionais”, afirmou Maggi.

A adesão à marca será voluntária, mas, segundo o ministro, nove associações representativas do setor manifestaram o interesse em aderir ao selo. Entre elas estão a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

ESTRATÉGIA

A marca faz parte da estratégia para abertura, ampliação e promoção no mercado internacional do agronegócio brasileiro, para consolidar o Brasil como grande produtor e exportador de alimentos seguros. Esse projeto foi criado pela portaria 1564 do Mapa, publicada no Diário Oficial da União em junho do ano passado. Na prática, representa uma das ações para elevar a receita das exportações dos US$ 96 bilhões atuais para US$ 146 bilhões.

No ano passado, o agronegócio contribuiu com 44,1% das exportações brasileiras, com 7% desse mercado global, e receita de US$ 96 bilhões, 13% acima de 2016. “Nossa meta é que, até 2022, o Brasil tenha 10% do mercado global de alimentos, fibras e bioenergia”, disse Maggi. Esse mercado, atualmente, é de US$ 1,46 trilhão.

Na safra 2027/2018, produção de soja brasileira deve alcançar 156 milhões de toneladas, segundo o Mapa.

O FUTURO

Em sua apresentação, o ministro também fez as projeções do setor para os próximos dez anos. Segundo Maggi, na safra 2027/2018, o Brasil deverá produzir 302 milhões toneladas de grãos, ante 232 milhões de toneladas no ciclo atual, o que representa um aumento de 70 milhões de toneladas. A soja responderá pelo maior crescimento, com 156 milhões de toneladas, seguida pelo milho, com 113 milhões de toneladas.

Para Maggi, o uso de tecnologia, como plantio direto na palha, de sementes certificadas e novos métodos de cultivo, foi o responsável pelo aumento da produção agrícola em 30%, enquanto a área plantada cresceu somente 14,5%.

De acordo com o ministro, o segmento de carnes bovina, suína e de frango também vai ampliar sua produção em 10 anos, de 27 milhões de toneladas para 34 milhões de toneladas. “O uso de raças melhoradas, de controle de cruzamentos, boas práticas de manejo, entre outras técnicas, também têm contribuído para o desempenho e a melhoria da produção pecuária”, destacou Maggi.

O VALOR DA PRESERVAÇÃO

Maggi divulgou ainda um estudo da Embrapa, com base em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está sendo finalizado. De acordo com a Embrapa Territorial, os agricultores, os pecuaristas, os silvicultores e os extrativistas destinam à preservação da vegetação nativa mais de 218 milhões de hectares, o equivalente a um quarto do território nacional, o que representa 25,6%. Pelos cálculos da empresa de pesquisa, a área preservada por produtores vale R$ 3,1 trilhões.

Segundo o estudo, em média, cada produtor rural utiliza somente a  metade de suas terras para o cultivo. A outra metade é ocupada com áreas de preservação permanente, reserva legal e vegetação excedente.

Equipe SNA/SP

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