O secretário de Agricultura, Sonny Perdue, revelou na terça-feira (17/07) que o USDA já se preparava para uma guerra comercial com a China desde o ano passado. Isso aconteceu antes que o presidente Donald Trump acusasse Pequim de práticas desleais de mercado ou impusesse tarifas sobre as importações chinesas.
Durante uma entrevista para a Axios, Perdue afirmou que o governo norte-americano reconheceu desde o início que a agricultura seria a mais prejudicada pela guerra comercial. Apesar de ser instruído a elaborar um plano protetivo para mitigar o impacto no setor, ele admite que “ainda haverá alguns”. [Os agricultores] não podem pagar as contas com patriotismo e é isso que esperamos resolver”, disse.
Mesmo que o Capitólio esteja prevendo que os EUA podem gastar até US$ 30 bilhões como consequência da disputa, o ministro ainda descreve os percalços enfrentados como “interrupções comerciais”.
Perdue também alegou que decidirá após o Labor Day, comemorado na segunda semana de setembro, se medidas mais duras precisarão ser tomadas para proteger a agricultura estadunidense da guerra comercial. “Espero que possamos resolver isso antes de seis meses, todas as questões comerciais. Cabe à China reformar suas práticas”, disse.
Na semana passada, o USDA estimou que apenas as tarifas chinesas impostas sobre a exportação de soja causariam uma queda de 250 milhões de bushels por ano. Além disso, a situação dos EUA se complicou ainda mais com o posicionamento de outros contra o que consideram “protecionismo norte-americano”, como o que ficou evidente com o acordo firmado entre o Japão e a União Europeia, responsáveis por um terço da economia global.
Com a promessa de eliminar as tarifas de quase todos os produtos que vendem entre si, ambos também diminuem sua dependência dos produtos advindos dos EUA. Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, disse que o acordo, que deve entrar em vigor em março de 2019, inclui aberturas não apenas para produtos agrícolas, como também para os pesqueiros da EU que são vendidos no mercado japonês. “Estamos enviando um sinal claro de que estamos juntos contra o protecionismo”, disse.
Vale lembrar também que os cinco maiores importadores dos estadunidenses, China, Canadá, México, UE e Japão, impuseram tarifas retaliativas a uma série de produtos norte-americanos que incluem produtos agrícolas.
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