Soja
As altas no interior brasileiro ontem (17/7) chegaram até 2,07%, como foi o caso de Não-Me-Toque/RS, onde a saca foi cotada a R$ 74,00. Em Rondonópolis/MT, a alta foi de 1,03% para R$ 78,60 e em Brasília de 4,11% para R$ 76,00.
No porto de Rio Grande, a soja no mercado disponível foi cotada a R$ 87,60, em alta de 0,69% e no de Paranaguá, a R$ 91,00, estável. No mercado futuro, a saca para embarque agosto/18 subiu 0,57%, sendo cotada a R$ 87,50. Já em Santos, a saca no mercado spot registrou uma alta de 3,51%, cotada a R$ 88,50.
A forte demanda dos importadores, especialmente a China, pela oleaginosa brasileira se mostra muito intensa e também dá importante impulso aos preços no mercado nacional. Segundo o analista Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, somente na última semana, os chineses compraram de 19 a 20 navios de soja brasileira, algo perto de 1.1 milhão de toneladas.
O movimento mostra que segue intenso apetite da nação asiática pela soja do Brasil e sua tentativa de evitar a oferta norte-americana, a qual está taxada pela China em 25% como forma de retaliação ás tarifas impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos chineses importados pelos EUA.
Com isso, ainda segundo Mariano, a soja brasileira já tem uma média de US$ 400,00 por tonelada, o que é um bom preço em dólares para o produto e mais um fator que estimula novos negócios nesta semana. Entretanto, o analista acredita que o mercado internacional deva continuar buscando sua retomada e buscar uma recuperação do patamar dos US$ 9,00 por bushel.
As exportações brasileiras de soja, só em julho, já superam 5.2 milhões de toneladas, segundo os números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os números do farelo e do óleo também são fortes, o que faz com que o total das vendas externas no complexo soja já acumulem 61.7 milhões de toneladas.
“A segunda semana deste mês de julho registrou um avanço importante, sinalizando que há muitos trens chegando (aos portos) e também caminhões que vêm de empresas que não necessitam de operar com a tabela dos fretes que continua inviabilizando os negócios novos”, disse Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Para Vlamir, com o ritmo atual sendo mantido, as exportações brasileiras de soja em julho poderiam ultrapassar as 10 milhões de toneladas.
Segundo a presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis/MT, Giovana Velke, as tradings voltaram às compras em Mato Grosso após várias semanas da comercialização travada. No entanto, explica ainda que essa movimentação foca mais no cumprimento de contratos fechados antecipadamente. A indefinição sobre os fretes, afinal, ainda preocupa.
Milho
Segundo o levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), a alta foi de 5,56%, com a saca cotada a R$ 19,00. Em Rondonópolis (MT), a alta foi de 3,85%, com a saca cotada a R$ 27,00.
Na região de Brasília, a saca subiu 3,70% e foi cotada a R$ 28,00. Já no Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em agosto/18, subiu 1,33% e foi cotada a R$ 38,00.
Em contrapartida, em Mato Grosso, os preços recuaram entre 4,55% e 5,00% nas praças de Tangará da Serra e em Campo Novo do Parecis. Os preços ficaram entre R$ 21,00 e R$ 19,00 a saca, respectivamente.
“A colheita da safrinha segue em bom ritmo nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás devido ao clima mais seco. A colheita tem confirmado perdas no potencial produtivo em função da seca. Os números apontam para uma safra entre 55 milhões a 58 milhões de toneladas, de um potencial esperado próximo de 70 milhões de toneladas. Somente no ano passado, colhemos mais de 67 milhões de toneladas”, disse o consultor Vlamir Brandalizze.
O consultor ainda reforça que o impasse em relação ao tabelamento do frete tem inviabilizado as negociações no mercado interno e também nos portos. A expectativa é que uma nova tabela seja divulgada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) até a próxima sexta-feira (20). A MP 832 foi aprovada na última semana pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.