O frango vivo negociado no interior paulista encerrou a segunda semana de julho e completou a primeira quinzena do mês sem qualquer alteração nos fundamentos que vêm caracterizando o mercado desde o final de junho passado. Isso quer dizer não apenas que permaneceu vigente (agora a três semanas) a cotação de R$ 3,00/kg, mas também que o mercado continuou plenamente abastecido durante todo o período, pois se somou à oferta normal (hoje mais escassa) a oferta de aves vivas provenientes das integrações. Em decorrência, o preço divulgado se tornou apenas um referencial, já que a maior parte das negociações vem sendo concretizada por R$ 2,80/kg.
Enfim, o mês de férias e da copa do mundo vai deixando suas marcas no setor. Marcas que podem se agravar nesta segunda parte do mês, ainda que a oferta atual corresponda a um dos mais baixos volumes (senão o mais baixo) da corrente década, fato apontado pelo AviSite recentemente (vide “Tendências da oferta de frango vivo em julho de 2018”).
Mas se a oferta é baixa, porque o mercado não sai desse marasmo? A verdade é que as sucessivas reduções que têm sido registradas acabam neutralizadas pela queda nas exportações. Ou seja: frangos criados para o mercado externo acabam sendo destinados ao mercado interno.
Mas não só isso. Porque ao ter como destinação o mercado interno, o frango originalmente exportável acaba ganhando muito mais peso. Assim, por exemplo, um “griller” de 1.200 gramas pode chegar ao dobro desse peso. São 2.400 gramas a mais para o mercado interno, que não esperava e nem tinha condições de receber tal volume.
Enfim, como o segundo semestre está apenas começando, prevalece à expectativa de um desempenho melhor das exportações no período. E elas, normalmente, crescem na segunda parte do ano. Mesmo assim, continua como grande desafio a retomada do consumo interno. Em agosto, com o fim das férias, o mercado deve apresentar comportamento mais ativo. A dúvida é saber que condições serão dadas ao consumidor quando for aberta a temporada de caça ao eleitor. Nas condições atuais fica difícil reverter o fraco consumo interno.