Pesquisa com experimento em campo atesta que o uso da bactéria Bacillus subtilis para combate do nematoide nas raízes da cana-de-açúcar apresenta resultado eficiente, semelhante ao tratamento químico com carbofurano, além de apresentar a vantagem de não agredir o meio ambiente. “Trata-se de uma tecnologia limpa, viável, que deve chegar ao mercado em breve”, informa a engenheira agrônoma Rita de Cássia Mazzuchelli, que comprovou o resultado em seu trabalho de mestrado em Agronomia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente, no interior de São Paulo.
Segundo Rita de Cássia, o nematoide é um verme de solo, microscópico e transparente que se alimenta das raízes, embora possa também se fixar nas folhas. Em alimentam-se das substâncias nutricionais das raízes e a planta passa a ter dificuldade para retirar água e nutrientes do solo, apresenta menor crescimento e ocorre o amarelecimento das folhas. Ela acrescenta que os fatores que mais influenciam a ação dos nematoides são solo, o clima e o manejo, com disseminação pela ação do homem, por sementes e mudas contaminadas, pela água da chuva (enxurrada), por veículos e máquinas e pelo vento quando do revolvimento do solo.
Na pesquisa, que foi desenvolvida na Usina Alto Alegre, na unidade situada em uma área nos limite dos municípios de Caiabu e Presidente Prudente, Rita de Cássia, em relação a dois gêneros presentes nos estudos, as perdas causadas pelo Meloidogyne podem variar de 20% a 40% e sobre o Pratylenchus de 20% a 30%. “Em população muita alta e diante de genótipos de canas mais sensíveis pode provocar perdas de até 50% na produção”, alerta.
EXPERIMENTO
O experimento foi realizado em maio de 2011, durante o plantio, objetivando o ciclo de um ano e meio. Rita de Cássia utilizou o Bacillus da estirpe AP3 para os genótipos de cana-de-açúcar SP 1-3250 e RB 867515, que são suscetíveis ao nematoide. Ela afirma que em eficiência a campo, o tratamento com o Bacillus subtilis promoveu um incremento no brix e no pol (pureza do caldo) na cana SP 1-3250.
Entre os métodos de controle do nematoide cana-de-açúcar estão os genótipos resistentes, inseticidas químicos, adição de matéria orgânica, rotação de culturas, espécies tóxicas, arações nas épocas mais quentes do ano e microrganismos, como o Bacillus subtilis. “O controle mais utilizado atualmente é o químico, mas que provoca impactos ambientais negativos. Já o Bacillus, afeta a orientação do nematoide, induz a resistência sistêmica, atua como substância tóxica ou repelente e se alimenta de ovos de nematoide”, detalha.
Por Equipe da SNA/SP