Após subir quase 1% na véspera, dólar fecha em baixa

Após subir quase 1% na véspera, o dólar comercial fechou em baixa de 0,40%, cotado a R$ 3,8944 para compra e a R$ 3,8954 para venda, com máxima a R$ 3,9009 e mínima a R$ 3,8733, com o mercado externo um pouco mais tranquilo, mas com o mercado sob a expectativa de que o Banco Central possa voltar a fazer intervenções extraordinárias nesta sessão.

“O tema da guerra comercial seguirá presente ao longo da semana”, escreveu a equipe de economistas do banco Bradesco em relatório, referindo-se ao prazo de 6 de julho em que o Estados Unidos pretendem impor tarifas sobre US$ 34 bilhões em bens da China, o que deve desencadear retaliação.

Neste pregão, os mercados globais respiravam um pouco mais aliviados após o banco central da China informar que está observando de perto as flutuações no câmbio e que buscará manter o yuan estável e a um nível razoável. O yuan caiu para 6,7204 por dólar, sua menor cotação desde 7 de agosto de 2017 e a primeira vez abaixo de 6,70 desde 9 de agosto de 2017.

Além disso, o quadro político na Alemanha ajudou a tirar pressão sobre os mercados financeiros, depois que os conservadores da chanceler alemã Angela Merkel chegaram a um acordo sobre imigração e deram algum alívio aos investidores que enfrentam uma série de preocupações políticas.

No mercado internacional, o Dollar Index fechou em baixa de 0,31%, cotado aos 94,31 pontos, enquanto o euro fechou em alta de 0,20%, cotado a US$ 1,1662.

Internamente, o mercado continua atento ao quadro político, a poucos meses da eleição presidencial de outubro e ainda marcada por muitas incertezas, e às atuações do BC.

Neste pregão, a autoridade monetária apenas ofertou e vendeu integralmente o lote de 14.000 contratos de swap tradicional para a rolagem do lote de US$ 14.023 bilhões que vence em agosto. Com a venda de hoje, o BC já rolou o equivalente a US$ 1.4 bilhão.

Por enquanto e como fez nos últimos pregões, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para esta sessão, apesar de toda a recente pressão que o mercado tem colocado sobre o dólar.

Juros futuros fecham em alta com liquidez baixa no exterior

Em dia de liquidez menor na véspera do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, os contratos futuros de taxas de juros fecharam em alta na BM&F nesta terça-feira (3/7). O movimento do fim do dia inverteu a tendência de queda observada até meados da tarde.

Segundo um operador, a tendência ficou menos positiva lá fora antes do fechamento do mercado americano, que encerrou negócios com títulos públicos às 15h (de Brasília), mais cedo por conta do feriado, e isso exerceu algum reflexo no ambiente local. Além disso, afirma, até ontem os juros estavam em baixa com a pressão do volume de realocação dos títulos que venceram no mês passado.

“Tivemos, hoje, o fim desse fluxo ‘pontual’ da realocação do vencimento de LTN em julho de 2018 e do pagamento de cupom das NTN-Fs, que somaram R$ 80 bilhões, o que trouxe espaço para nova alta nas taxas”, disse o operador.

No geral, a tendência era positiva para os países emergentes. O movimento de aversão ao risco perde força, segundo análise do Rabobank, com os comentários do presidente do banco central chinês (PBoC) Yi Gang, indicando a busca de “uma moeda estável e em nível de equilíbrio”.

De acordo com a casa, a indicação parece longe de uma garantia que o processo de depreciação do yuan (em curso ao longo das últimas semanas) esteja finalizado. Contudo, os investidores parecem ver neste discurso uma sinalização de que a China poderá não recorrer a uma massiva depreciação cambial em resposta às políticas protecionistas de Donald Trump.

Os mercados emergentes foram atingidos nas últimas semanas pela crescente escalada das tensões comerciais entre as duas principais economias mundiais, Estados Unidos e China. A administração de Donald Trump deve impor um conjunto de tarifas da ordem de US$ 34 bilhões a produtos chineses a partir de sexta-feira (6), acrescentando 25% ao preço dos bens na fronteira dos EUA.

Luiz Eduardo Portella, sócio gestor da Modal Asset, disse que a eleição presidencial do México também tem ajudado os emergentes de maneira geral. Andrés Manuel López Obrador foi eleito no fim de semana com mais de 53% dos votos e a promessa é de um novo governo preocupado com uma gestão responsável macro, fiscal e de política de dívida.

Por aqui, mais cedo, o Tesouro informou ter recomprado em leilão 885.000 NTN-Bs ou 88,5% do lote de 1 milhão definido pelo Tesouro, e ao mesmo tempo vendeu 200.000 unidades.

Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou a 8,35% (de 8,28% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021, com taxa de 9,31% (9,25% no ajuste anterior) e, o DI janeiro/2025, a 11,36% (11,36% no ajuste anterior).

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