As indefinições de valores do frete estão afetando o setor produtivo. As negociações para o transporte de grãos continuam travadas e isso atinge as indústrias que esmagam os grãos, por exemplo. Isso porque as esmagadoras não recebem cargas de soja e as negociações com os compradores estão reduzidas.
Segundo o último boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o esmagamento de soja em Mato Grosso teve queda de mais de 10% em maio, em comparação com abril. Esse resultado, segundo o Imea, é consequência da greve dos caminhoneiros. A paralisação acabou, mas para a indústria o trabalho ainda não voltou ao normal por causa do preço do frete.
Uma esmagadora de soja em Cuiabá, que processava 40.000 toneladas de soja por mês, teve a produção reduzida pela metade. Segundo o gerente da empresa, Carlos Atkinson, os trabalhos estão devagar e o processo de esmagamento foi diminuído. Atualmente, a empresa apenas cumpre com os compromissos que já haviam sido firmados, mas vendas novas dependem da definição da nova tabela do frete.
“Estamos com uma defasagem de soja em torno de 30%, porque o produtor não consegue mandar para nós por causa da tabela de frete, porque ninguém sabe qual será usada”, disse Atkinson.
O preço do frete pra entregar o farelo também ficou mais caro. Segundo o gerente, se antes cargas para Paranaguá (PR), por exemplo, eram embarcadas a R$ 280,00 hoje custam R$ 300,00 por tonelada. “Com isso, a margem de lucro cai significativamente”, afirmou.
Fonte: G1