Agricultores mostram desconfiança com promessa do governo de proteger o setor de retaliações

Muitos agricultores estão desconfiados da iniciativa do secretário do USDA, Sonny Perdue, e de outros funcionários do governo Trump, de estudar maneiras de proteger o setor agrícola dos Estados Unidos contra as consequências das disputas comerciais com potenciais importadores de alimentos como China, México e União Europeia (UE).

A Associação Nacional dos Produtores de Trigo e a US Wheat Associates (algo como Defensores do Trigo dos EUA) pediram ao presidente Trump que repense a estratégia de tarifas, dizendo que isso torna ainda mais arriscado o já duvidoso negócio da agricultura, enquanto “as vagas promessas de proteção do governo para os agricultores que representamos oferecem pouco consolo”.

O agricultor de Minnesota, Tim Velde disse que não há muito o que ele possa fazer para conter as perdas no valor dos 1.000 acres de milho e soja que plantou este ano. Se os preços continuarem caindo, o produtor teme dificuldades para garantir um empréstimo para a safra do ano seguinte.

Velde decidiu recentemente não comprar uma nova plantadeira que estava buscando. “Os vendedores de equipamentos pensaram que tinham um cliente, mas eu lhes disse que não vou fazer nada ainda”, disse.

No longo prazo, o agricultor teme que a disputa entre os EUA e as autoridades chinesas possa pressionar a China a buscar uma alternativa mais duradoura aos produtos agrícolas norte-americanos. “Sabemos que isso vai nos prejudicar agora e o potencial de nos prejudicar mais adiante é bem alto”, afirmou Velde.

O produtor Michael Petefish disse que a queda dos preços da soja neste mês reduziu cerca de US$ 60,00 por acre do valor da safra que ele plantou em cerca de 2.000 acres perto de Claremont, Minnesota.

“Se você estivesse perto de operar no vermelho, esse tipo de coisa poderia empurrar você para o vermelho”, disse Petefish, que dirige a Associação dos Produtores de Soja de Minnesota. Ele declarou que foi protegido de algumas das recentes quedas de preço porque vendeu antecipadamente parte de sua produção a um preço lucrativo.

Agricultores podem negociar suas safras antecipadamente e usar contratos futuros para se proteger de preços mais baixos. Mas poucos vendem a safra inteira antes de colher, uma vez que um clima desfavorável pode reduzir o rendimento, tornando difícil saber exatamente quantas sacas exatamente cada campo produzirá.

Alguns fazendeiros afirmam que podem levar suas frustrações às urnas se as disputas comerciais continuarem pesando nos preços das safras. Muitos produtores apoiaram Trump em 2016, mas no passado já ajudaram a eleger democratas.

Petefish disse que os democratas têm sido vistos como mais amigáveis quanto aos biocombustíveis, ao mercado para o milho que cultivam, e a alguns programas federais de apoio aos produtores. Os republicanos, por sua vez, favorecem a redução de impostos e a regulamentação mais flexível que muitos agricultores afirmam facilitar a gestão de seus negócios.

O produtor afirmou que os agricultores também estão acostumados com os republicanos que apoiam o livre comércio com os países estrangeiros que adquirem as safras norte-americanas. Neste ano, entretanto, “Trump mudou um pouco esse script”, admitiu.

 

Fonte: Dow Jones Newswires/Broadcast Agro

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