Sempre lideradas pela soja e seus derivados, as exportações do agronegócio brasileiro renderam praticamente US$ 10 bilhões em maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura.
Apesar da greve dos caminhoneiros, e sob influência da nova metodologia adotada pela Secex nesse acompanhamento, passaram a ser registrados os embarques efetivamente realizados, independentemente de falta de alguma documentação.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve aumento de 3%. Com o resultado, o setor representou 51,8% de todas as vendas externas do País. Na mesma comparação, as importações do agronegócio atingiram US% 1.1 bilhão, 16,5% menos que em maio de 2017, e com isso o superávit setorial aumentou 4,7%, para US$ 8.9 bilhões.
A receita referente aos embarques do chamado “complexo soja” (grão, farelo e óleo), principal grupo da pauta exportadora, chegou a US$ 5.8 bilhões – 22,9% mais que em maio do ano passado. Apenas o grão rendeu US$ 5 bilhões, um aumento de 23% determinado, sobretudo, pela alta do preço médio das vendas.
Segundo o ministério, as exportações de soja em grão bateram recorde tanto em receita quanto em volume. As vendas de farelo ao exterior também aumentaram 25%, para US$ 710 milhões. Em seguida, no ranking dos itens mais exportados pelo agronegócio brasileiro, aparecem os produtos florestais, cujos embarques alcançaram US$ 1.1 bilhão em maio, um aumento de 14,2% em relação ao mesmo mês de 2017.
Outros destaques positivos da balança do campo no mês passado foram as exportações de animais vivos, que aumentaram 145%, para US$ 78.7 milhões, e as de frutas (aumento de 3,6%, para US$ 63 milhões). Todos os demais produtos importantes da lista registraram queda nas exportações. As de carnes, por exemplo, recuaram 9,6%, para US$ 1.1 bilhão.
“A maior queda ocorreu nas vendas de carne frango (US$ 77.28 milhões a menos), motivada principalmente pela retração nos mercados da África e Oriente Médio. As vendas de carne suína recuaram em US$ 30.72 milhões, impactadas pelo embargo russo, e as de peru, em US$ 5.11 milhões. As exportações de carne bovina também recuaram, porém, em menor medida (US$ 2.46 milhões a menos)”, informou o ministério.
Segundo a pasta, os embarques de carne bovina só não sofreram maior baque porque o fechamento do mercado russo foi compensado, em parte, pela ampliação das vendas para China e o Chile. Também recuaram em maio as receitas com os embarques de açúcar e etanol (36,4%, para US$ 689.7 milhões) e de café (42,3%, para US$ 255.2 milhões), impactados, em boa medida, pela greve dos caminhoneiros.
Principal mercado para as exportações brasileiras do agronegócio, a China importou do setor US$ 4.5 bilhões em maio, 28,1% mais que no mesmo mês do ano passado. Com isso, a participação do país asiático nas exportações do agronegócio aumentou de 36,5% em maio de 2017, para 45,5% agora.
Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações do agronegócio brasileiro cresceram 3,8% em relação ao mesmo período de 2017, para US$ 40.3 bilhões. As importações recuaram 2,4%, para US$ 6 bilhões, e o superávit aumentou 4,8%, para US$ 34.3 bilhões. Nessa comparação, as exportações do complexo soja aumentaram 8,7% para US$ 17.4 bilhões nesse período, enquanto as de carnes diminuíram 6,3%, para US$ 5.4 bilhões.
Fonte: Valor Econômico