Se o consumo de milho para a produção de ração animal deve cair no ciclo 2017/18 por causa das dificuldades enfrentadas no setor de carnes, a perspectiva para a produção de etanol de milho é de crescimento, o que deve amenizar a redução da demanda pelo grão. As projeções são da Agroconsult.
A consultoria estima que o consumo de milho para ração deve cair 1.2 milhão de toneladas nesta safra. Já o etanol deve demandar 600.000 toneladas adicionais de milho. Segundo a Agroconsult, hoje o Brasil destina 1.5 milhão de toneladas de milho por safra para fabricar etanol.
“O único alento que vem do consumo interno é do mercado de etanol”, disse André Debastiani, sócio da Agroconsult, a produtores de Cascavel (PR), durante a última etapa do 15º Rally da Safra, expedição que percorre as lavouras de soja e milho do país.
O Brasil tem hoje uma usina de etanol que usa apenas o milho como matéria-prima e três que processam tanto o grão como a cana, mas há projetos novos de ampliação e construção em andamento.
“É um mercado que vem crescendo principalmente em Mato Grosso e em Goiás. Há umas quatro plantas já em operação e 12 projetos para entrar em operação nos próximos cinco anos”, disse Debastiani. Segundo ele, o mercado de milho para etanol pode alcançar cinco milhões de toneladas por ano.
Os aportes na produção de etanol a partir do milho, concentrados no Centro-Oeste, têm sido estimulados pela recuperação da competitividade do etanol frente à gasolina desde o ano passado, pelo baixo custo do milho para a produção do biocombustível e pela proximidade que as usinas nessa região têm para fornecer etanol ao Norte e Nordeste.
O consumo doméstico de milho deve ser de 58.2 milhões de toneladas em 2018, 0,6% abaixo de 2017. A consultoria avalia que haverá redução na área de milho na primeira safra do ciclo 2018/19, mas prevê um aumento de cerca de um milhão de hectares para a safrinha.
Fonte: Valor Econômico