Estão se concretizando os piores receios do mercado: há uma crise generalizada entre as empresas do setor de proteína animal, que estão suspendendo as suas atividades parcial ou completamente. A chamada “quebradeira” do segmento foi precipitada em razão, principalmente, da crise econômica, mas também da escassez de crédito, instabilidade política, alta dos insumos (milho e farelo de soja) e forte queda nos preços de venda, que ficam abaixo dos custos de produção.
Dessa vez foi a GTB Foods, de Ipuaçu (SC), quem comunicou o encerramento de suas atividades, com a demissão de 600 funcionários a partir do próximo dia seis de julho. A decisão foi tomada, de acordo com a empresa, “após várias tentativas de fazer frente à maior crise que se instalou sobre o segmento”.
A T&F Consultoria Agroeconômica, que já vinha prevendo esse cenário, destaca que também a LAR Cooperativa Agroindustrial parou as atividades por seis dias. O diretor-presidente da companhia justifica que, devido ao forte impacto da greve dos caminhoneiros, está impossibilitada a circulação de mercadorias e o consequente faturamento. Com isso, pediu que todos os seus fornecedores prorroguem os seus prazos de pagamento em 30 dias.
“Nesta semana a China, depois da União Europeia, impôs sobretaxa para a importação de carne de frangos do Brasil, alegando necessidade de proteger seu mercado interno, o que também deverá ter grandes desdobramentos sobre o setor no país”, afirma o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco.
Fonte: Agrolink