Frango vivo já registrou preços bem superiores aos atuais

Para quem há menos de 30 dias convivia com uma cotação de R$ 2,20/kg e vê o frango vivo ser remunerado agora por um valor 36% maior, a cotação ontem registrada de R$ 3,00/kg, parece estar “de bom tamanho”, como se diz popularmente.

Não se pode ignorar, porém, que ela é anormal, ou seja, está sendo obtida, sobretudo, em função de quebras de produção decorrentes do movimento nacional dos caminhoneiros. Quer dizer: em algum momento pode retroceder, senão aos baixos patamares anteriores, a níveis que seriam considerados normais.

No curto e médio prazos, porém, essa parece ser uma possibilidade remota. Porque, além das quebras sobre o próprio frango, houve quebras, também, no alojamento de pintos de um dia (veículos impedidos de transitar das incubadoras para as granjas) e, ainda, no volume de ovos incubados (veículos impedidos de transitar das granjas matrizeiras para as incubadoras). E tudo isso pode redundar em um volume mensal de carne de frango inferior ao milhão de toneladas, algo jamais registrado na presente década.

Mas, voltando à cotação de R$ 3,00/kg, ela não tem nada de excepcional. Pois valores nominais similares foram registrados em 2012 e 2013, enquanto em 2015 e 2016 esse valor foi superado (R$ 3,10/kg e R$ 3,25/kg, respectivamente).

Claro, o valor de R$ 3,25/kg, máximo registrado em 2016, foi plenamente justificável. Porque, no ano, a saca de milho chegou a registrar aumento de mais de 100% em relação ao mesmo mês do ano anterior, situação que obrigou o setor a reduzir sensivelmente o ritmo de produção. Aliás, só isto permitiu que se chegasse aos R$ 3,25/kg: a oferta ajustou-se melhor à demanda.

Já os R$ 3,10/kg de 2015 foram alcançados em melhores condições de produção. Assim, lá, uma tonelada de frangos vivos gerava renda suficiente para adquirir acima de 5,1 toneladas de milho. Hoje, com o frango cotado a R$ 3,00/kg, a renda obtida adquire menos de 3,9 toneladas do grão, não mais que 75% do volume anterior.

 

Fonte: AviSite

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