Safra histórica de café

Segundo a Conab, o avanço do pacote tecnológico, em especial a utilização de variedades mais produtivas, contribuíram para a colheita farta. Foto: Divulgação

O segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje (17/5), estima a produção brasileira de café da safra 2017/2018 em 58 milhões de sacas de 60 quilos, o maior recorde de todos os tempos. Esse número representa um aumento de 29,1% em relação ao ciclo anterior, quando foram colhidas 44,9 milhões de sacas de arábica e o conilon. Em 2016, no último período de alta bienalidade, País produziu 51,4 milhões de sacas.

O diretor da SNA, José Milton Dallari, credita o bom resultado à bienalidade positiva e às boas condições climáticas. “A sazonalidade e a boa produtividade dos nossos cafezais puxaram o aumento da produção de café”, diz ele. “O clima correu bem, exceto nos últimos 45 dias.” Segundo a Conab, o avanço do pacote tecnológico neste setor, especialmente as variedades mais produtivas, também contribuíram para a colheita farta.

Entre os Estados, Minas Gerais continua na dianteira como maior produtor, com 30,7 milhões de sacas do produto beneficiado, sendo 30,4 milhões de arábica e o restante de conilon. Já no Espírito Santo, segundo do ranking, a produção chega a 12,8 milhões de sacas, das quais 8,3 milhões de conilon e 4,5 milhões de arábica. Já São Paulo, só produz café arábica e vai colher 6,1 milhões de sacas. A Bahia também se destaca, com 2,7 milhões de sacas de conilon e 1,8 milhão de arábica.

A produção brasileira de café arábica está prevista em 44,3 milhões de sacas, um aumento de 29,4% comparado à safra passada, enquanto a de conilon deve alcançar 13,7 milhões de sacas, um incremento de 27,9%. A área total de cafezais brasileiros é estimada em 2,17 milhões de hectares, sendo 287,7 mil hectares em formação e 1,9 milhão em produção.

‘A sazonalidade e a boa produtividade dos nossos cafezais puxaram o aumento a produção de café’, afirma o diretor da SNA, José Milton Dallari. Foto: Divulgação

DEMANDA

De acordo com Dallari, há demanda interna e externa para absorver uma safra maior, como a atual. “Vietnã, México e países da América Central produziram menos nessa safra”, observa. “A maior produção brasileira vai compensar esse déficit.” A demanda mundial é crescente, na faixa de 1,5% a 2% ao ano.

Os preços também estão atraentes e a saca do produto é comercializada entre R$ 390,00 e R$ 430, dependendo da qualidade e do mercado.
De acordo com Dallari, Estados Unidos, Itália e Alemanha pagam melhor por cafés de boa qualidade.

O Brasil é o maior produtor mundial de café, com 33% a 35% do total, sendo 62,8% de arábica. A seguir, vem o Vietnã, com 28 milhões, sendo 60% de conilon. No ranking da exportação o Brasil também é o primeiro, seguido do Vietnã, Alemanha e Colômbia. “Vale lembrar que a Alemanha não tem nenhum pé de café e está entre os maiores exportadores mundiais”, observa Dallari. Os americanos são os maiores consumidores do mundo, com 29 milhões de sacas anuais. Já os brasileiros, estão na segunda colocação e consomem 22 milhões de sacas.

 Equipe SNA/ SP

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