Indústria comemora aumento da exportação de farelo de soja

A quebra da safra argentina de grãos está rendendo frutos cada vez mais polpudos para a cadeia produtiva de soja no Brasil, onde a colheita está batendo novo recorde nesta safra 2017/18.

Com a demanda adicional gerada pela redução da oferta no vizinho, os preços continuam em ascensão e a demanda externa por grão e farelo brasileiros não para de crescer, o que deverá catapultar os embarques do segmento para perto de US$ 40 bilhões em 2018, o melhor resultado da história.

Em levantamento divulgado na sexta-feira (11/5), a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) revisou para cima suas previsões em relação a volumes, preços e receitas das exportações de grão e farelo neste ano. “A indústria está particularmente animada com o aumento das exportações de farelo. Estamos sabendo aproveitar o espaço deixado pela Argentina”, disse André Nassar, presidente da Abiove, ao Valor.

Para o farelo, a entidade passou a projetar exportações de 17 milhões de toneladas neste ano, quase 20% mais que em 2017, a um preço médio de US$ 390,00 por tonelada, 11% superior na mesma comparação.

Se confirmado esse quadro, os embarques, destinados, sobretudo, à China, renderão US$ 6.6 bilhões – um expressivo incremento de 32%. Em um ano de problemas no mercado doméstico, por causa de restrições às exportações de carne de frango, será muito mais que um alento.

Para o grão as perspectivas também são positivas. Com a safra recorde calculada pela Abiove em 118.4 milhões de toneladas, a demanda chinesa aquecida e os problemas argentinos, a associação ajustou sua estimativa para as exportações da matéria-prima.

A previsão agora é de 71.2 milhões de toneladas em 2018, 4,4% mais que no ano passado, a um preço médio de US$ 410,00 por tonelada, 8,8% maior. A receita esperada pela entidade alcança US$ 29.2 bilhões, com alta de 13,6%.

As variações da soja em grão são menores porque o Brasil já lidera as exportações globais da commodity há alguns anos. Como a fatia do país dos embarques globais já é de 45%, será difícil ampliar as vendas de forma mais expressiva.

Diferentemente do que acontece com o farelo, já que o espaço deixado pela Argentina foi grande e tinha de ser preenchido, os argentinos tem importado grão para fabricar farelo e tentar manter os contratos de fornecimento mais importantes.

Somando-se o óleo, que atualmente é pouco exportado, tendo em vista o programa doméstico de biodiesel, as exportações do complexo soja como um todo deverão alcançar US$ 36.5 bilhões neste ano, o que significa recorde  15% superior a 2017.

Mas que poderá ser ainda maior, a depender do comportamento do mercado a partir do terceiro trimestre, quando a colheita da atual safra dos EUA, segundo maior país exportador do grão, começar a entrar no mercado.

“O cenário melhorou para a cadeia produtiva como um todo”, disse o presidente da Abiove. E ainda restam incertezas sobre o futuro da disputa comercial entre Estados Unidos e China, que também poderá favorecer a soja brasileira.

 

Fonte: Valor Econômico

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