Mesmo diante dos problemas enfrentados pela pecuária nacional no ano passado, os negócios envolvendo a genética de bovinos brasileiros não param de conquistar espaço no cenário internacional. Entre acertos protocolares, certificados sanitários e acordos comerciais, o setor expande seus horizontes para países na África, Ásia Oceania e América Latina.
O pontapé inicial para muitos negócios e a celebração de outros aconteceram na semana passada em Uberlândia (MG), durante a Expozebu, mas em alguns casos, como no acordo firmado com o Quênia, foram necessários meses de trabalho com a troca de comunicações técnicas e pelas vias diplomáticas. O resultado foi a venda de embriões in vitro e in vivo, bovinos vivos e sêmen para o país africano.
Outro avanço importante foi obtido nas discussões para elaboração dos protocolos para embrião vivo com a Índia. Os indianos se comprometeram em apresentar o resultado das discussões em assembleia do seu serviço sanitário este mês. “Saímos com expectativas muito positivas de que, em breve teremos, também, avanços e finalizações das negociações com a Índia”, completou a coordenadora do Mapa, Judi Nóbrega.
Ainda na Ásia, foram mostrados aos tailandeses todos os controles sanitários que são efetuados no Brasil. Para o diretor do Departamento de Saúde Animal (DAS) do Ministério, Guilherme Marques, “o trabalho coordenado entre o Mapa e o setor privado, aliado às garantias sanitárias que o Brasil assegura, está abrindo muitas portas para o mercado internacional”.
Já com o Equador, foram concluídos os certificados (CZI) de embriões in vivo e in vitro. Com a Colômbia foi ajustado o protocolo para exportação de sêmen e iniciadas as negociações para exportação de bovinos para reprodução. Com a Guatemala, a rodada envolveu a destinação de embrião in vivo e in vitro.
“Com a Guatemala, trabalhamos e firmamos o protocolo para importação de sêmens e embriões bovinos, os quais serão também encaminhados pelas vias formais ainda neste mês de maio”, adiantou a coordenadora.
Partindo para a Oceania, houve entendimentos para que seja disponibilizado, pela equipe do serviço veterinário malaio, o relatório das avaliações de risco feitas em 2016, durante visita de uma missão veterinária ao Brasil. À época, foi avaliado o sistema sanitário brasileiro, com o objetivo de importação de bovinos vivos para abate.
Material Genético e Febre Aftosa
Além disso, avançaram muito as conversações com os representantes de Colômbia, Equador, Tailândia, Malásia, Índia, Nicarágua, Quênia e Guatemala, interessados no material genético e nos bovinos de elite do Brasil.
De acordo com Guilherme Marques, “já colhemos muitos frutos devido aos investimentos do setor público e privado, mas seguramente a melhor safra ainda está por vir. Em 2023 quando todo o Brasil for reconhecido internacionalmente como livre de febre aftosa sem vacinação, não apenas teremos o potencial de abrir todos os mercados mundiais, mas principalmente de agregar muito mais valor às nossas exportações”.
De acordo com Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em 2017 foram exportados 12,134 milhões de doses de sêmen, com expansão de 3,5% em relação ao ano anterior, sendo 9,5% para as raças leiteiras e 0,6% para as de corte. O maior destaque ficou, no entanto, por conta da venda ao mercado externo de material genético, que cresceu 15,4% em relação ao ano anterior.
Equipe SNA/Rio