O The Wall Street Journal afirmou em sua edição de domingo (6/5) que os avanços chineses na edição genética de culturas estão preocupando acadêmicos e setores indústrias relacionados ao meio agrícola norte-americano. Segundo o jornal, a preocupação dos Estados Unidos é que a China saia na frente em relação aos avanços científicos agrícolas, o que pode fazer com que os americanos sejam dependentes de sua tecnologia de edição genética.
A China já deu indicações de que pretende investir para assumir a liderança no setor. Um desses esforços recentes pode ser notado na compra da gigante Syngenta pela ChemChina em 2017. A estatal chinesa já está construindo um centro em Pequim para o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta na edição genética, apostando no CRISPR como novo método de alteração de DNA.
Erik Fyrwald, executivo-chefe da Syngenta, afirmou que a empresa está investindo milhões na edição genética, que pretende aproveitar as pesquisas realizadas em universidades do país e que “o governo apoia muito essa tecnologia na China”.
Outro ponto que inquieta os americanos é o surgimento de tecnologias emergentes que são mais econômicas do que as utilizadas nos EUA. Uma delas é a Talen, que oferece maneiras mais rápidas e baratas para a edição de genes do que as práticas biotecnológicas que resultaram em culturas geneticamente modificadas em 90% dos campos de milho e soja dos EUA.
Além disso, as novas técnicas de edição de genes permitem mudanças sem adição de nenhum DNA estranho, alcançando bons resultados com uma regulamentação muito mais flexível.
Bob Stallman, que já liderou a American Farm Bureau Federation e atualmente é produtor de arroz e gado no Texas, acredita que a China está dando mais atenção a essa tecnologia, o que pode ser prejudicial para o desenvolvimento econômico dos EUA. “Minha maior preocupação é o fato de os EUA estarem cancelando o financiamento público para a pesquisa, enquanto os chineses estão avançando”, disse.
Fonte: Agrolink