A floresta plantada do Brasil é a mais produtiva do mundo, com produtividade de até 40 metros cúbicos por hectare ao ano. O setor conta com cerca de 8 milhões de hectares de florestas que ocupam apenas 1% do território nacional.
De acordo com o levantamento feito pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), no primeiro trimestre deste ano, a receita das exportações do setor florestal alcançou US$ 2,7 bilhões, uma alta de 39,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com evolução em celulose, painéis de madeira e papel.
O saldo da balança comercial no setor de base florestal trimestre cresceu 42,3%, alcançando o valor de US$ 2,4 bilhões. E contribuiu com 12,5% dos valores exportados pelas empresas brasileiras do agronegócio e 5,0% das exportações totais.
“Houve um aumento no volume exportado de celulose em 18,2%, passando de 3,3 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2017 para 3,9 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano”, afirma a presidente do IBÁ, Elizabeth de Carvalhaes. “Já as exportações de painéis de madeira, apresentaram uma ampliação de 8,5% em volume, chegando em 308 mil metros cúbicos”, acrescenta.
Segundo Elizabeth, um fator que influenciou no aumento do saldo positivo do balanço foi a valorização internacional dos produtos de base florestal, principalmente a celulose, com consecutivos aumentos de preço nos últimos 12 meses.
“A China tem ampliado as compras desse produto do Brasil e isso tem impulsionado a produção nacional, tanto que hoje o País é o segundo maior produtor de celulose de mercado do mundo, 18,8 milhões de toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos”, destaca a presidente do IBÁ. “Essa posição foi conquistada nos últimos anos, já que, em 2013, China e Canadá produziam mais do que o Brasil.”
PANORAMA ATUAL
Na opinião da presidente do IBÁ, o cenário atual do setor contribui de forma positiva para o desempenho do agronegócio nacional. “Esses resultados representam o reconhecimento da qualidade, da sustentabilidade, da inovação e da competitividade do setor”, informa Elizabeth acrescentando que, nos últimos quatro anos, as empresas associadas a IBÁ investiram mais de R$ 29 bilhões, inaugurando praticamente uma fábrica por ano. “Até 2020, o setor deve investir outros R$ 14 bilhões”, prevê.
O segmento de árvores plantadas tem se destacado na geração de empregos, com 3,7 milhões de empregos diretos, indiretos e resultante do efeito renda. Além disso, também tem fundamentos fortes de atuação socioambiental, com programas que envolvem investimentos de R$ 1,2 bilhão entre 2013 e 2017. “O valor investido por ano dobrou desde 2013, chegando a R$ 300 milhões, e os projetos envolvem em média 1,8 milhão de pessoas por ano”, pontua.
Elizabeth afirma ainda que o destaque fica com as parcerias com os pequenos produtores, ou fomentados, que são os donos de pequenas propriedades com plantação de eucaliptos, pinus ou outro tipo de árvore usada pelo setor. Esse grupo recebe orientação das empresas tanto sobre manejo quanto sobre regularização de terras, além de mudas de alta produtividade e assistência técnica.
EXPECTATIVAS
Para Elizabeth, as perspectivas são de aumento das exportações, com o cenário internacional abrindo oportunidades para crescimento. “A China, por exemplo, por meio de medidas do governo, está privilegiando a importação de celulose branqueada, utilizada em papel de imprimir/escrever, segmento no qual o Brasil é muito eficiente”, explica.
Outro fato positivo é que o país asiático possui uma política de baixo carbono que vem forçando, inclusive, o fechamento de fábricas. “A celulose de fibra curta deve ter demanda crescente nos próximos anos em função do aumento de utilização de produtos de papel tissue (papel higiênico, toalhas de cozinha, lenços de papel, papel facial, guardanapos, toalhas) na China e em detrimento do uso de matérias-primas de origem plástica”, prevê Elizabeth.
“O setor também trabalha para que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia seja concretizado, pois isto seria mais um impulso para exportações de produtos do segmento, mundialmente reconhecidos por suas qualidades”, arremata.
– De acordo com o IBÁ, no primeiro trimestre de 2018, a receita das exportações do setor florestal alcançou US$ 2,7 bilhões, uma alta de 39,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com evolução em celulose, painéis de madeira e papel.
– Segundo Elizabeth de Carvalhaes, presidente do IBÁ, um fator que influenciou no aumento do saldo positivo do balanço foi a valorização internacional dos produtos de base florestal, principalmente a celulose, com consecutivos aumentos de preço nos últimos 12 meses.
Por Equipe SNA/SP