O Ministério da Agricultura pediu hoje para o governo da Arábia Saudita adiar por 60 dias a entrada em vigor das novas regras de abate de frango. Em nota à imprensa, a Pasta não deixou claro se o pedido do Brasil foi aceito. A entrada em vigor das novas regras está prevista para abril.
Segundo uma fonte do setor, os sauditas não deram qualquer prazo para responder o pleito brasileiro. Se nada mudar, os frigoríficos do país que quiserem exportar para a Arábia Saudita terão de abater o frango sob as novas regras. O pedido brasileiro foi feito durante reunião em Riad, capital da Arábia Saudita. O Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, lidera a comitiva brasileira.
Basicamente, o país árabe exige que os frigoríficos abatam o frango sem insensibilização elétrica, o que pode gerar perdas econômicas e para o bem-estar animal. Os sauditas argumentam que o choque usado na insensibilização mata as aves antes da sangria, descumprindo os preceitos islâmicos.
Na reunião em Riad, o Ministério da Agricultura informou ter apresentando um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrando que a insensibilização não mata as aves, se elas não forem abatidas em 40 segundos, voltam a andar normalmente, alegam.
A mudança no abate do frango destinado ao mercado saudita é muito sensível para os exportadores brasileiros. A Arábia Saudita é a maior compradora da carne de frango brasileira. No ano passado, o país árabe gastou US$ 1 bilhão para importar 589.900 toneladas produto brasileiro, ou 14% do total.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a mudança no abate pode gerar perdas de 20% a 30% do rendimento do peito do frango.
Fonte: Valor Econômico