A safra brasileira de grãos deste ano vai ser menor que a do ano passado, mas os preços de alguns produtos estão subindo. Por isso, mesmo colhendo menos, produtores de algodão, de milho e soja podem melhorar a renda em 2018. No Paraná, o dilema é vender ou segurar a soja colhida.
A soja é a poupança dos agricultores. Moeda corrente do campo, e agora na colheita, que é “depositada” quase todo dia nos armazéns das cooperativas.
Mas há muito produtor que está aproveitando o rendimento “atual”. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), quase três milhões de toneladas de soja foram vendidas já no início da colheita – 15% da produção estimada para a nova safra.
Na região de Maringá, os produtores já “sacaram” uma boa parte dessa poupança toda. Só a Cocamar deve receber nessa safra, 800.000 toneladas de soja – 30% da produção já foram vendidas. Os produtores estão mais adiantados com a negociação por causa do preço, que é considerado bom.
Em Maringá, a saca chegou a R$ 70,00 há menos de 15 dias. O preço mais alto desde o início da safra. Nos últimos dias, a cotação caiu um pouco. Ainda assim, a soja subiu 10% desde janeiro, quando começou a colheita, e o preço também é maior, se comparado com o mesmo período do ano passado.
O vice-presidente da cooperativa Cocamar José Cicero Aderaldo explica que o motivo da alta é a seca que provocou quebra na safra argentina de soja.
“Não podemos esquecer que a Argentina é o terceiro maior produtor do mundo. Então, uma quebra expressiva, como está ocorrendo na Argentina, tem sim bastante poder para influenciar o mercado”.
Tem produtor que prefere não esperar muito mais, mas alguns apostam em mais alta e optam por aguardar.
Fonte: Globo Rural