Já começou no Brasil o plantio da primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada com genes de Bt (Bacillus thuringiensis) para resistência à broca. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), foram implantados os primeiros 400 hectares da cultura em cerca de 100 engenhos do país.
Em um primeiro momento, essa cana-de-açúcar não será moída na temporada que está prestes a começar. Segundo o presidente da empresa, Gustavo Leite, o objetivo é que as usinas trabalhem inicialmente na multiplicação dessa variedade à espera da aprovação dos países importadores de açúcar.
Leite projeta um prazo de cerca de três anos de multiplicação no campo para só então atingir o plantio em escala. O executivo acredita que é possível, nesse tempo, totalizar algo em torno de 1.5 milhão de hectares, o que representa 15% da área total de aproximadamente 10 milhões plantados com a cultura no país.
A broca da cana, ou broca do colmo (Diatraea saccharalis) é a principal praga desta planta no Brasil, chegando a causar prejuízos de R$ 5 bilhões anuais (o equivalente a cerca de US$ 1.5 bilhão).
O desenvolvimento dessa espécie transgênica é visto pela indústria como a tábua de salvação em um cenário de perdas crescentes no preço do açúcar em escala global.
Segundo Leite, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) vai apresentar em breve mais duas variedades da cana-de-açúcar resistente à broca à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A intenção da companhia é ter entre oito e dez variedades OGM até 2021, quando pretende abrir seu capital por meio de um IPO (oferta pública inicial de ações). As plantas terão resistência a herbicidas, como glifosato, e ao bicudo.
Fonte: Agrolink