Transparência de ponta a ponta: BNDES inicia testes com blockchain

“Vemos que o rastreamento de informações é uma exigência que cresce cada vez mais, principalmente no mercado internacional Muitos compradores querem saber, por exemplo, a origem e todo o caminho percorrido por sua cadeia de suprimentos”, afirma Arantes Júnior. Foto: banco de imagem

Na busca por iniciativas que deem maior transparência ao uso de seus empréstimos, o BNDES dá início este mês a dois importantes testes-pilotos utilizando o sistema blockchain. A tecnologia pode ser resumida como grandes livros de registros, que armazenam por meio de algoritmos informações sobre cada movimentação feita por uma moeda ou ativo. Com isso, a instituição será capaz de rastrear se valores financiados estão sendo utilizados realmente para o fim pretendido.

A expectativa dos técnicos do banco é de que, em cinco anos, a maior parte das operações da instituição já utilize blockchain. Entre as iniciativas em andamento está a parceria com o banco alemão Kfw para o uso e aprimoramento de um aplicativo chamado Trubudget. A experiência será aplicada até maio no Fundo Amazônia.

Um dos objetivos é ampliar o controle do ciclo de vida das operações financeiras não-reembolsáveis do Fundo, que é gerido pelo BNDES e que tem o banco alemão como um dos doadores.

“Fizemos a seleção de ONGs e entidades governamentais que estejam mais familiarizados com o uso de tecnologias. Em maio, vamos avaliar como foi o desempenho do Trubudget e verificar possíveis melhorias que precisam ser feitas. Além disso, veremos em quanto tempo seríamos capazes de atingir todos os recebedores de financiamentos e seus fornecedores. Aí estará nosso maior desafio, pois o perfil dos fornecedores é muito variado”, explica Vanessa Almeida, gerente de TI do BNDES.

Durante os testes, o BNDES compartilhará regularmente entre os participantes informações sobre o uso do TruBudget. O banco não o usará para fins comerciais nem reivindicará a propriedade intelectual para o software ou uma versão modificada dele.

Outra frente que vem sendo trabalhada pelo banco diz respeito ao BNDES Estados, linha de fomento voltada para projetos estaduais.

Neste caso, a tecnologia é mais complexa, pois o blockchain fará o registro e negociação de criptoativos, chamados de token. Cada token valerá R$ 1. A transação entre os detentores dos recursos financiados pelo banco e fornecedores será feita em tokens e, ao final, o fornecedor os trocará por reais.Outra frente que vem sendo trabalhada pelo banco diz respeito ao BNDES Estados, linha de fomento voltada para projetos estaduais.

“Não se trata de criptomoeda. Isso implicaria em uma série de restrições porque o BNDES não pode ser emissor de moedas, apenas o Banco Central. Aqui vamos negociar ativos que chamamos de tokens”, explica Gladstone Arantes Júnior, também gerente de TI do banco.

O blockchain a ser utilizado no BNDES Estados, diferentemente da parceria do Fundo Amazônia, que usa o sistema privado do banco alemão, será aberta, a Ethereum.

Assim como no caso do Trubudget, algumas instituições governamentais já foram selecionadas para fazer os primeiros testes.  “Vemos que o rastreamento de informações é uma exigência que cresce cada vez mais, principalmente no mercado internacional Muitos compradores querem saber, por exemplo, a origem e todo o caminho percorrido por sua cadeia de suprimentos. Com a tecnologia de blockchain isso já é possível”, comenta Arantes Junior.

Equipe SNA/ Rio

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