Apesar dos atrasos iniciais no plantio, as perspectivas da safra brasileira de soja têm se mantido favoráveis, o que levou a consultoria INTL FCStone a elevar sua estimativa de produção referente ao ciclo 2017/18 para 111.1 milhões de toneladas, um aumento de 0,9% em relação a estimativa anterior (em 110.1 milhões de toneladas).
“O clima durante o desenvolvimento da safra foi, no geral, benéfico, com alguns produtores, inclusive, reportando rendimentos acima aos do ano anterior, apesar de a média esperada estar mais baixa”, indicou em relatório a analista de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Por outro lado, ainda há preocupação com o clima, com destaque para as condições mais secas no Rio Grande do Sul e as chuvas no Mato Grosso, que têm resultado em alguns transtornos para a colheita.
Com o aumento da estimativa de produção, o número de exportações também foi ajustado, ficando em 63.5 milhões de toneladas – nível mais baixo que o de 2017, uma vez que a disponibilidade do cereal deve ser menor.
Ainda pelo lado da demanda, o aumento da mistura de biodiesel no diesel para 10% deve contribuir para um maior consumo doméstico. Os estoques finais foram estimados em 1.8 milhões de toneladas pela INTL FCStone.
Já a área plantada da oleaginosa não sofreu alteração na revisão do grupo, ficando em 35 milhões de hectares, enquanto o rendimento médio estimado para o Brasil foi de 3,15 para 3,18 toneladas por hectare de soja.
Milho
Perspectivas positivas para a primeira safra de milho também levaram a INTL FCStone a revisar para cima sua estimativa de produção da safra de verão de milho 2017/18, de 23.4 para 23.9 milhões de toneladas, elevando a produção total para 87.1 milhões de toneladas.
“Esse aumento decorreu de uma revisão da produtividade. Entretanto, no caso do cereal, as expectativas são de que o clima mais seco do Rio Grande do Sul possa prejudicar o potencial produtivo, com uma produtividade menor que no ciclo anterior”, indicou a analista Ana Luiza Lodi.
Com relação à ‘safrinha’, a INTL FCStone não trouxe mudanças em suas estimativas de fevereiro, com a produção projetada em 63.2 milhões de toneladas.
“Ainda há muitas dúvidas sobre a segunda safra de milho, cujo plantio está começando. Uma parte importante das lavouras deve acabar sendo semeada fora do melhor período, com os atrasos no plantio da soja e também com as chuvas pesadas que vem ocorrendo durante a colheita a oleaginosa”, avalia Lodi.
Mesmo com as dúvidas que rondam a safrinha de milho, as perspectivas são de manutenção de um balanço de oferta e demanda confortável, num momento em que a disponibilidade do cereal ao redor do mundo é grande. Os estoques finais da safra 2017/18 foram estimados pela consultoria INTL FCStone em cerca de 18 milhões de toneladas .
Fonte: INTL FCStone