As perdas esperadas nas safras de milho e feijão reduziram em 10% a expectativa da colheita de grãos do verão 2017/2018 no comparativo com a produção no mesmo período do ano anterior, informou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, nesta sexta-feira (26/1).
A expectativa, com base na pesquisa de janeiro do Departamento de Economia Rural (Deral), é colher 22.7 milhões de toneladas de grãos, o que corresponde a um volume de 2.5 milhões de toneladas a menos nesta safra.
Em relação ao milho, a queda na área plantada está projetando uma redução de quase dois milhões de toneladas na colheita. Outro fator, conforme o Deral, é o comportamento do clima neste início de ano.
As chuvas que estão ocorrendo em todo estado prejudicaram fortemente os cultivos de feijão, indicou o departamento. A perda inicial já detectada está estimada em 65.000 toneladas. A pesquisa foi feita entre o final de dezembro de 2017 e o dia 20 de janeiro de 2018.
Para o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, a redução na produção de grãos da primeira safra primavera-verão já era esperada, visto que o excesso de chuvas não permitiu a colheita do feijão da primeira safra na época adequada.
Segundo o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, quando se compara a safra atual com a de 2016/2017, é preciso lembrar das condições favoráveis do clima na produção anterior.
Segundo Simioni, com a tendência de redução dos índices de chuva já previstos pelos principais institutos de meteorologia para o período fevereiro, março e abril, a preocupação é que não ocorra “falta de água”, pois ainda há muita produção pela frente.
Soja
A soja, principal lavoura no Paraná, apesar do clima, ainda está em sua maior parte em boas condições de desenvolvimento, informou o Deral.
A estimativa inicial de colher 19.3 milhões de toneladas está mantida, apesar da ocorrência de casos de abortamento de vagem na parte inferior da planta, principalmente na região oeste. Mesmo assim, a expectativa de produtividade, que atualmente é de 3.523 quilos por hectare, ainda pode ser mantida como média estadual.
Segundo o diretor do Deral, as chuvas contínuas em janeiro dificultaram os tratamentos fitossanitários, o que tem sido mais uma preocupação aos produtores. Com isso, aumentou a incidência de pragas e doenças como a ferrugem da soja e percevejos, por exemplo.
Para Simioni, a especulação climática, o dólar com pouca força para reagir frente ao real e o ano político são fatores que estão mantendo os produtores mais cautelosos e com mais atenção ao mercado, que está em ritmo mais lento nas vendas.
Fonte: G1