“Embora a grande maioria da soja cultivada no Brasil seja variedades transgênicas, continua a existir um mercado de nichos para a soja convencional, que não é OGM (Organismos Genticamente Modificados)”. A avaliação é de Michael Cordonnier, Ph.D. em agronomia pela Michigan State University e autor do Portal Soybean & Corn Advisor.
O especialista destaca o fato de a Aprosoja (Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) juntar-se à Embrapa para formar uma nova organização, chamada Instituto Soja Livre, cujo objetivo é promover a produção e uso de soja convencional.
Segundo o Soja Livre, o Brasil produziu cinco milhões de toneladas de oleaginosa convencional na temporada 2016/17 em 2.2 milhões de hectares. O resultado revela que a soja não transgênica representa 4,3% da produção brasileira total, que ficou em 114 milhões de toneladas em naquele mesmo período, quando foram cultivados 33.9 milhões de hectares.
O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de soja convencional no Brasil, uma vez que oferece a logística necessária para manter o produto sem misturar-se com a transgênica.
A maior parte dessa soja convencional é exportada para fora do país por meio do terminal de Porto Velho, no estado de Rondônia. Naquele porto, há exportadores que apenas lidam com soja convencional, tornando assim mais fácil manter a separação.
“Para compensar o esforço extra para produzir soja convencional, os compradores pagam um prêmio adicional. A demanda pela oleaginosa não transgênica é pequena em comparação com a soja OGM, mas espera-se que permaneça forte. A demanda na Europa é estimada em 2.7 milhões de toneladas e, na China, a demanda é estimada em cinco milhões de toneladas”, disse Cordonnier.
Fonte: Agrolink