Exportações de soja dos EUA para a China terão mais custo

A metade das exportações de soja dos Estados Unidos para a China deste ano não estariam de acordo com as regras para entrega que serão aplicadas em 2018, segundo dados de envios revisados pela Reuters, sinalizando novos obstáculos ao negócio de US$ 14 bilhões. Regras mais rigorosas de qualidade, que terão efeito a partir de 1º de janeiro, requereriam processamento adicional dos Estados Unidos às oleaginosas nos portos de chineses para remover impurezas. Isso poderia aumentar os custos e reduzir as vendas ao país asiático, segundo produtores e tradings americanos.

Metade dos 473 navios embarcados em 2017 e metade das 27.5 milhões de toneladas de soja exportadas pela China neste ano continha mais de 1% de material estranho, excedendo o novo padrão de velocidade de entrega, segundo dados do USDA compilados pelo corretor de grãos McDonald Pelz Global Commodities LLC.

“Vão aumentar os custos dos envios de soja à China”, disse Richard Wilkins, um produtor de Delaware e ex-chairman da Associação Americana de Soja.

Produtores usualmente recebem um preço mais alto por vender soja com 1% de material estranho ou menos, conhecido como grau 1, porque os importadores pagam mais por melhor qualidade.

Osama El-Lissy, Delegado Administrador no USDA, afirmou que os produtores não deveriam enfrentar novos encargos com os novos padrões.

“Nada no novo acordo que temos com a China levaria alguém a acreditar que haverá uma mudança no arranjo de preço que está sendo acordado”, El-Lissy disse.

A China rotineiramente aceitará envios de soja dos EUA com 1% ou menos material estranho, segundo o USDA. As especificações atuais da regra 2 da soja (o tipo mais comum dos contratos) permitiram até 2% de sujeira.

O novo acordo permitirá ao USDA a etiquetar navios com mais de 1% de material estranho depois da China ter manifestado preocupações com as sementes em setembro.

A China é responsável por aproximadamente dois terços das importações globais de soja, totalizando aproximadamente 86 milhões de toneladas até novembro, primariamente do Brasil, Estados Unidos e Argentina. Brasil e Argentina não estão cobertos pelo mesmo acordo dos Estados Unidos.

Os produtores de soja e traders temem que o acordo diminua a renda já afetada pelos baixos preços das commodities. A redução de impurezas para 1% ou menos poderia aumentar os custos em 15 centavos por bushel, disse o analista da ED&F Man Capital Markets.

Agrolink

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