A Indicação Geográfica fez com que o mármore cachoeirense se tornasse ainda mais conhecido, graças à sua garantia de qualidade única.
Compradores de diversos países, que têm a certeza de que estão adquirindo excelentes produtos, movimentam a economia do Estado de Espírito Santo, fortalecendo a visibilidade daquela região nos cenários nacional e internacional.
HISTÓRIA E TRADIÇÃO
Em busca de ouro, os primeiros colonos portugueses que chegaram a Cachoeiro de Itapemirim, em torno do ano de 1570, encontraram um território dominado pelos temidos índios puris, que disputavam a área com os botocudos.
Após quatro séculos, nasceu a Vila de Itapemirim e com ela o crescimento de fazendas provenientes de grandes latifundiários, que se estenderam por toda a localidade.
O caminho da mineração do calcário começou somente por volta de 1874, assim que desembarcaram os primeiros colonos italianos. Já o intercâmbio entre as culturas, com o início do beneficiamento do mármore, surgiu com a primeira marmoraria, em 1930. A partir daí, a bagagem cultural destes povos passou a integrar o crescimento deste setor.
Trabalho árduo, o início da extração do mármore exigiu pioneirismo e criatividade na hora de cortar os blocos na pedreira. Bem diferente da realidade de agora, até porque as empresas do parque tecnológico de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim utilizam sistemas de produção com alto conteúdo tecnológico.
Hoje, o setor mineral é a fonte principal da economia do município, que começa na extração de blocos e segue com serrarias, beneficiamento, talha-blocos, cal, moagem do calcário, insumos, máquinas e tudo mais que for necessário para atender ao segmento.
PRODUÇÃO
O parque industrial de beneficiamento de rochas ornamentais, o maior de Espírito Santo, é pioneiro em extração e beneficiamento da pedra em todo o País.
Com a introdução de novas técnicas de extração e beneficiamento, o mármore produzido em Cachoeiro de Itapemirim conquistou um grau de qualidade e beleza comparável às melhores pedras do gênero encontradas no mercado internacional.
O PRODUTO
O mármore é uma rocha metamórfica, ou seja, formada pela transformação de uma rocha preexistente, como o calcário. Esta transformação é resultado de uma mudança no meio geológico, pelo qual a estabilidade da rocha pode ser mantida somente por uma modificação correspondente à sua forma.
No caso do mármore, ocorre o metaformismo termal, com predominâncias de temperaturas elevadas e fenômenos de recristalização bem acentuados.
Em estado de pureza, o mármore é de cor branca, podendo apresentar ampla faixa de cores.
De Vargem Alta a Cachoeiro de Itapemirim, ele aflora continuamente, em uma camada espessa e densa, constituindo um maciço com medidas de quase 20 por oito 8 quilômetros quadrados.
O interesse dos mercados pela beleza do mármore branco alvo, caramelo e chocolate caracteriza seu grande valor mineral.
MERCADO
Existe uma tradição de mais de 50 anos de extração e processos de pedras e rochas. Muitas delas são exportadas e o mármore abre espaço para o Espírito Santo, neste setor.
Nos últimos anos, houve um acréscimo da demanda pelo produto em obras dos Estados Unidos, por exemplo. Para melhorar ainda mais este cenário, a Indicação Geográfica é importante, porque identifica a origem e a qualidade do produto, garantindo a autenticidade da mercadoria e o direito reservado aos produtores da região.
BENEFÍCIOS
A revolução dos setores de exploração e beneficiamento de mármores e granitos, a sua produção e comercialização nacional e internacional transformaram Cachoeiro de Itapemirim no centro mais importante do País neste segmento, conferindo à cidade status de maior vitrine de negócios na área de rochas ornamentais.
O reconhecimento do município capixaba como Indicação Geográfica, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), portanto, coroa o esforço de anos de trabalho e desenvolvimento de uma região que cresce cada vez mais, segundo os conceitos de qualidade, eficiência e respeito ao meio ambiente.
CETEMAG
Fundado em 1988, o Centro Tecnológico do Mármore e Granito é o setor que vem pensando e discutindo seus desafios tecnológicos, buscando novas soluções. É a ligação da sociedade, governo e setor produtivo em um mesmo órgão.
Com pesquisas e estudos, a entidade conseguiu atribuir mais qualidade à produção de mármore na região, dando a devida importância para questões técnicas e tornando o setor muito mais profissional e confiável.
O órgão disponibiliza cursos profissionalizantes, com grande credibilidade das empresas que atuam no segmento. Ainda organiza a Feira Internacional do Mármore e Granito, que é realizado no Espírito Santo desde os anos de 1980.
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Fonte: Revista A Lavoura – Edição nº 713/2016