Quando se tem uma demanda específica e um produto específico para atender a essa demanda, é um casamento único que tende ao sucesso. Pois bem: há uma demanda específica por trigos doméstico e forrageiro, dentro e fora do Brasil, e o Rio Grande do Sul tem um trigo único, com todas as melhores qualidades para estas demandas.
Segundo o analista da consultoria Trigos & Farinhas, Luiz Fernando Pacheco, o Nordeste brasileiro é uma das regiões que mais necessitam deste tipo de trigo e de farinhas que dele são produzidas. No entanto, elas não podem ser obtidas no local, com o mesmo custo e qualificação, porque utilizam basicamente trigos importados.
“O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que tem a maior diversificação em termos de trigos e farinhas. A diversificação de trigo e de moagem é a grande marca do estado”, afirma Pacheco.
Segundo o especialista, trigo doméstico é uma nomenclatura criada pelo governo federal do Brasil para um trigo fraco, que tem força de glúten (W) entre 160 e 220. E, para isso serve, grosso modo, para a redução de custos e misturas.
Puro, não serve para quase nada (alguns biscoitos de combate e amanteigados e para bolos de pré-mistura). Para biscoitos laminados requer extensibilidade e baixa absorção d’água, características que este trigo não considera.
“Nenhum lugar do Brasil tem características tão adequadas para a produção de trigo doméstico como o Rio Grande do Sul”, diz Pacheco.
“Do paralelo 25 para baixo, o clima muda completamente: tem menos sol, é mais úmido e mais sujeito a danos climáticos. Esta linha passa um pouco acima de Curitiba e, para fins práticos de localização, usamos como referência a BR 277, que vai de Paranaguá a Foz do Iguaçu, numa extensão de aproximadamente 700 km”.
Fonte: Agrolink