O salto tecnológico tem transformado a cadeia de valor do agronegócio, atraindo investidores e jovens empreendedores para o campo. As AgTechs, “start-ups” do agro, crescem em média 70% ao ano em um mercado que movimenta mais de R$ 15 bilhões.
Em menos de dois anos surgiram no país mais de 75 novos negócios do tipo, sendo que 15% deles têm faturamento anual superior a R$ 300.000,00, segundo a ABStartups (Associação Brasileira de Startups).
Um exemplo é a TrackPad, “start-up” fundada por Carlos Mira, que conecta caminhoneiros a produtores. O aplicativo, criado em 2013 e conhecido como “Uber do agro”, foi baixado mais de 600.000 vezes e conta com cerca de 300.000 usuários atualmente.
Um dos polos de inovação do setor agro fica em Piracicaba (SP), sede da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP.
“Piracicaba concentra um ecossistema de inovação aberta que conecta pesquisadores, “start-ups”, empresas e investidores”, diz Sérgio Marcus Barbosa, gerente-executivo da incubadora tecnológica da instituição. “A região ganhou o apelido de ‘Agritech Valley’, versão brasileira do Vale do Silício, voltada para o agronegócio”.
Um dos motores desse movimento é a busca de jovens que passam a ocupar o lugar dos pais na administração das fazendas por soluções que fogem do tradicional, disse Junior Borneli, cofundador da aceleradora StartSe.
“Antes, o objetivo era comprar mais terra para produzir mais. Agora, o desejo é produzir mais na mesma área. E só a tecnologia de ponta proporciona isso”, afirma.
Borneli vai levar um grupo de produtores rurais, consultores e empresários brasileiros para o Vale do Silício em fevereiro de 2018 para visitar centros de pesquisa e “start-ups”.
Fonte: Folha de S. Paulo