A safra de pêssego de 2017 foi antecipada pelo tempo chuvoso e úmido ao longo do ano. Municípios como Pelotas e Canguçu, na região sul do RS, que contam com grandes produtores da fruta, enfrentaram outros problemas, como a queda de granizo e o excesso de chuva, principalmente no mês de outubro.
Todas essas dificuldades fizeram com que a colheita não ultrapassasse a marca de 130.000 toneladas, representando 13% a menos que no ano passado. Além disso, a alta umidade do ar na época da colheita trouxe outro problema: o apodrecimento da fruta. De acordo com os agricultores, o fungo é esperado nesse período, mas dessa vez ele foi determinante para a queda da safra.
A safra que os agricultores teriam até o fim desse ano, foi antecipada entre 15 a 20 dias, disse o engenheiro agrônomo Rodrigo Prestes. Já o agricultor Lorival Knopp conta que costumava colher cerca de 85.000 kg de pêssego por safra. Entretanto, em 2017 a produção não chegou aos 50.000 kg.
A queda não foi somente na safra, mas também no preço pago ao produtor. Nos últimos três anos, a redução do valor do quilo do pêssego foi de R$ 0,60. Ou seja, passou de R$ 1,50 em 2015, para R$ 0,90 em 2017. Essa redução afetou diretamente o trabalho do agricultor Elton Fabiano Pinto Raffi. Ele disse que irá colher 40% a menos que no ano passo e que o preço de venda diminuiu bastante.
O cenário para o mercado da agricultura poderia ser pior. A indústria está, com pelo menos, 20% do estoque da safra passado parado. Essa superlotação gerou uma queda no preço pago ao produtor. Ou seja, se a produtividade de 2017 fosse maior, existiram grandes chances do valor pago pela indústria ser ainda menor.
Para o presidente do Sindicado da Indústria de Doces e Conservas de Pelotas, Paulo Afonso Crochemore, o objetivo agora é fazer com o que o cliente volte a querer consumir pêssego, mesmo que seja preciso muito esforço.
Fonte: G1