Mesmo enfrentando adversidades como a operação Carne Fraca, a volta da cobrança do Funrural e a delação premiada dos executivos do JBS, entre outros problemas, as exportações brasileiras de carne bovina apresentaram bom desempenho em 2017.
A receita com as vendas externas deve chegar a US$ 6,2 bilhões, o equivalente ao embarque de 1,53 milhão de toneladas. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a previsão é de aumento de 13% no faturamento e de 9% no volume em relação ao ano anterior. “O setor é surpreendente”, avaliou Antonio Jorge Camardelli, presidente da entidade.
De acordo com Camardelli os embarques da carne bovina brasileira tiveram como destino 134 países de todos os continentes. No acumulado até novembro deste ano, os principais importadores foram Hong Kong (367 mil toneladas), China (190 mil toneladas) e Rússia (146 mil toneladas).
A carne bovina in natura foi o item mais importante da pauta de exportações no acumulado de janeiro a novembro de 2017, com o total de 1,1 milhão de toneladas embarcadas e receita de US$ 4,6 bilhões. Outros destaques foram os miúdos, com 190 mil toneladas, e as carnes industrializadas, com 82 mil toneladas.
BOAS PERSPECTIVAS
Para 2018, a Abiec prevê aumento de 9,8% nos embarques, para 1,68 milhão de toneladas, e de 10,5% na receita, para US$ 6,9 bilhões. Um dos fundamentos para as boas perspectivas do setor, para o próximo ano, são as negociações em andamento.
“Estamos conversando com Turquia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Filipinas, além do retorno da Malásia, que são mercados que remuneram melhor a carne bovina”, conta Camardelli. Segundo ele, Coreia do Sul e Filipinas, por exemplo, são alternativas para a venda de cortes nobres.
Outros fundamentos que sustentam a expectativa positiva para 2018 são a retomada das exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos, que já liberou cinco plantas brasileiras, a liberação de Singapura para a compra de carne com osso e miúdos e a ampliação da cota da União Europeia para os países do acordo Mercosul, do qual participa o Brasil.
CHINA
Segundo Camardelli, o aumento do número de plantas habilitadas a exportar para China também deve contribuir para o incremento das exportações no próximo ano. “Além dos 15 frigoríficos brasileiros que estão habilitados a exportar para o país asiático, há mais 11 a serem visitados no começo do próximo ano”, diz o presidente da Abiec.
De acordo com Camardelli, a receita das exportações de carne bovina para a China é de US$ 1 bilhão e cerca de 200 mil toneladas. “A expectativa, para 2018, é que os embarques alcancem 300 mil toneladas e o faturamento, US$ 1,5 bilhão, ou seja, um crescimento de 50%.”
Por Equipe SNA/SP