O momento é de aproveitar o preço ainda alto da soja, porque o mercado está caindo. A informação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, “Estamos repetindo pela terceira vez: os fundamentos da soja, no Brasil e no mundo, não são de alta, mas de baixa”.
Além disso, o analista afirma que as altas dos últimos dias foram apenas eventuais, não representando tendência consolidada. Segundo ele, as valorizações não ocorreram devido aos aspectos fundamentais da soja, mas ao dólar norte-americano. “Esta alta é eventual, porque é frágil, ao sabor dos humores de Brasília”.
“O relatório do USDA não mexeu de forma significativa com o quadro de oferta e demanda da soja, o que é péssimo, porque os estoques mundiais estão muito elevados, especialmente os do Brasil e da Argentina, que hoje representam 60,04% dos estoques mundiais”, diz Pacheco.
Por outro lado, de acordo com ao analista, “há uma demanda hesitante da China, que, aparentemente, comprou mais do que precisava e deverá passar algumas semanas reduzindo as compras, o que faz o mercado cair; e mesmo quando voltar a comprar, haverá, como mostramos, estoques disponíveis à vontade”.
Pacheco chama a atenção para o fato de que o dólar sobe e desce ao sabor das perspectivas da aprovação ou não, em curto ou médio prazo, das reformas da Previdência. “O dia de ontem foi típico: o senador Jucá deu uma declaração que jogou a cotação para cima, mas foi desmentido pelo próprio presidente, o que fez as cotações caírem”.
“O que deve ser feito, portanto, é deixar ordens de venda com seus corretores, do físico e do futuro, para aproveitar as altas dos mercados físico e do dólar, nos curtos períodos de tempo em que ocorrem”, afirma o analista.
“Outro elemento que ainda não está claro se vai ou não influenciar as cotações da soja é o quadro de oferta e demanda do milho, que mostra estoques finais elevados da safrinha, às vésperas de uma nova safra de verão. Então, deve ser observado de perto”.
Fonte: Agrolink