Analisando as perspectivas de 2018 para o mercado de carne de frango da China, o USDA observa que o ano tende a apresentar, novamente, resultados negativos para o produtor chinês, o que deve incrementar as importações do produto e beneficiar ainda mais a carne de frango brasileira.
No tocante ao produtor chinês, o USDA observa que tende a enfrentar em 2018 o terceiro ano consecutivo de prejuízo e de redução da produção, situação devida à combinação de três fatores: (1) surtos contínuos de Influenza Aviária (IA) responsáveis por significativas perdas de plantel; (2) desconfiança dos consumidores, o que resultou em forte baixa dos preços; e (3) baixa disponibilidade de reprodutoras, devido ao longo período de proibição de importação de material genético proveniente, sobretudo, dos EUA e da França, países também afetados pela IA.
E como tudo isso resulta em menor disponibilidade de carne de frango, a China segue aumentando suas importações de maneira significativa, o que também se repete pelo terceiro ano consecutivo. E com o Brasil saindo como principal beneficiário.
Nota-se, pelo gráfico abaixo, que dez anos atrás, em 2007, as exportações brasileiras de carne de frango para a China não chegavam às 100.000 toneladas anuais, passando a crescer de forma significativa a partir de 2010, ano em que, por desentendimento de ordem comercial, o governo chinês passou a restringir a importação da carne de frango norte-americana.
Na estimativa para 2017, o USDA preferiu não individualizar os países fornecedores. Mas os dados de 2016 indicam que eles estavam reduzidos a quatro, ou seja, não só os EUA foram alijados do mercado chinês.
E um levantamento recente, também do USDA, relativo ao primeiro semestre de 2017, mostra que os quatro exportadores atuais são, além do Brasil, Argentina, Chile e (representando a União Europeia) Polônia. Que, neste caso, tem participação apenas marginal: não mais que 1% do total importado pela China no semestre. Quer dizer: o Chile respondeu por 4%, a Argentina por 12% e o Brasil por 83%.
Nas previsões do USDA, em 2018 a China aumenta em 7% suas importações de carne de frango, que deve chegar às 480.000 toneladas. Assim, se o Brasil conseguir manter o mesmo nível de participação apontado para o semestre inicial de 2017, suas exportações para o mercado chinês ficarão próximas de 400.000 toneladas.
Nota-se que, em suas projeções, o USDA exclui as importações de pés/patas de frango. E, aparentemente, nos dados ora apresentados, não leva em conta o que entra no mercado chinês por meio de Hong Kong. Ou seja: o volume exportado pelo Brasil deve ser bem maior que o apontado.
Fonte: AviSite