A Hunan Dakang International Food and Agriculture buscará entrar no setor de carne bovina no Brasil, maior exportador mundial do produto, após comprar fatias controladoras em duas companhias brasileiras do segmento de grãos, disse o Presidente da empresa chinesa à Reuters nesta quarta-feira, 29/11.
Desde 2016, Dakang ganhou capacidade para movimentar cerca de 5 milhões de toneladas de grãos, com os dois negócios no segmento agrícola nos principais Estados produtores do Brasil, o Paraná e o Mato Grosso.
Depois que a Dakang integrar essas aquisições, um processo que deverá levar três anos, a companhia considerará acordos na indústria de carne bovina, disse o Presidente da empresa Ge Junjie.
“O nosso pensamento atual é que o próximo passo, na questão do negócio de grãos depois de comprar as duas empresas, é que temos que colocá-lo em ordem. Em relação à carne bovina, não estamos fazendo isso temporariamente, mas ainda estamos muito interessados”, disse Ge, falando em chinês.
“É como ter duas crianças brasileiras, primeiro nós temos que criá-las”, comparou Ge.
A empresa procuraria adquirir frigoríficos de carne bovina que já têm autorização para exportar para a China, disse Ge. O investimento chinês inundou o Brasil nos últimos anos, com US$ 14 bilhões em negócios nos primeiros nove meses de 2017, o segundo maior volume anual desde que o governo começou a monitorar os dados, em 2003.
Enquanto os negócios de energia e mineração dominaram, o país mais populoso do mundo está buscando cada vez mais o vasto território do Brasil para alimentar seus cidadãos.
A Dakang comprou uma participação na Fiagril em 2016 e participação na Belagricola em maio.
Ge disse que essas empresas podem expandir a capacidade para 10 milhões de toneladas por ano.
Isso ainda deixaria a empresa abaixo de um objetivo de 20 milhões de toneladas por volta de 2021.
Espera-se que o Brasil exporte cerca de 66 milhões de toneladas de soja neste ano.
A Dakang agora integrará Fiagril e Belagricola orientando suas vendas de soja para a China, enquanto vende mais defensivos chineses e outros produtos para agricultores no Brasil.
A empresa também planeja esperar pelo menos três anos para fazer novas aquisições em empresas de grãos.
Fonte: Reuters