Contra-ataque: Monsanto e produtores processam Califórnia por falsa ligação do glifosato ao câncer

A Monsanto e associações de produtores rurais nos Estados Unidos entraram com um processo contra a Califórnia na quarta-feira (15/11) para interromper a exigência do estado de colocar alertas sobre o câncer nos produtos contendo o herbicida glifosato, que a empresa vende a produtores para aplicar em produtos geneticamente modificados.

Em julho deste ano, o governo da Califórnia, o estado mais populoso dos Estados Unidos, colocou o ingrediente ativo em uma lista de causadores de câncer. Há uma exigência, prevista para julho de 2018, de que todos os produtos que contém o glifosato devem ter uma etiqueta de alerta. A ação foi tomada após a Organização Mundial da Saúde concluir em 2015 que o glifosato era “provavelmente cancerígeno”.

Por mais de 40 anos, agricultores aplicaram o glifosato em cultivos, mais recentemente em soja e milho. O Roundup e as sementes resistentes ao glifosato da Monsanto são menos atraentes para os clientes se na Califórnia o químico precisa de um aviso sobre a possibilidade de contrair câncer.

O Escritório de Avaliação de Danos à Saúde Ambiental da Califórnia, que é citado no processo, afirma que vai manter a decisão de incluir o glifosato na lista de produtos que causam câncer e acredita que seguir os procedimentos legais.

A Monsanto e os produtores alegam que a agência do estado está ajudando a disseminar informação falsa sobre os produtos. “Esses avisos se igualam a divulgar um discurso falso, violam a nossa primeira emenda (de liberdade de expressão), e geram preocupação e confusão pública”, disse o vice-presidente da Monsanto, Scott Partridge, no comunicado oficial.

Um estudo de longo prazo publicado na semana passada pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos não encontrou nenhuma relação entre o produto e câncer em trabalhadores agrícolas. Recentemente, a agência Reuters reportou que relatórios da OMS relacionados que vinculavam câncer com glifosato eram fraudulentos.

 

Fonte: Agrolink

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