Feijão ao sabor da sorte

Cada dia há mais possiblidades de abastecimento para os empacotadores que estão se digladiando, não na compra, e sim do outro lado da mesa, com o varejo. Os produtores pensam que o problema está ali, no próximo elo da corrente, mas na verdade o tema é mais complexo. O fardo de feijão de 30 quilos varia, e muito. Pode ir de R$ 70,00 até R$ 90,00 no Nordeste.

Em São Paulo, varia de R$ 90,00 até R$ 130,00. A primeira marca de cada empacotador, fora de áreas mais economicamente privilegiadas, vende muito pouco. As marcas de combate estão em promoção e nos encartes dos supermercados de todo o Brasil. Para o consumidor, nada melhor, após ter pago um valor caríssimo no ano passado. Mas empacotadores e supermercados têm algo em comum: feijão torna-se um mau negócio.

Empresas empacotadoras de arroz, que nos últimos anos têm diversificado seu mix, incluindo o feijão, estão com péssimo humor, pois tanto o arroz como o feijão estão com preços baixos. Com o custo fixo alto, o faturamento baixo coloca o ano de 2017 como um dos piores nos últimos cinco anos. Há risco sistêmico de insolvência, ou seja, de calote mesmo, o que já atinge os menos capitalizados. Isso destaca a falta de gestão e direcionamento na cadeia produtiva.

Com o crescimento de áreas de plantio, há necessidade de que haja planejamento, pois o produto é básico e dos mais importantes. Neste sentido, o Ibrafe apoiará e fará parte do Conselho Nacional do Feijão e Pulses, que está sendo formado hoje em Brasília com o apoio de várias instituições. Organizar é o caminho ou seguiremos erráticos, ao sabor da sorte ou do azar, como em uma mesa de pôquer, só que jogando com a vida de milhões de pessoas.

 

 

Fonte: Ibrafe

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